GUADALAJARA, 30 de ago de 2005 às 13:52
O Cardeal Juan Sandoval Iñiguez anunciou hoje a próxima beatificação de Anacleto González Flores e nove leigos mártires de Jalisco, que morreram defendendo a fé durante a “guerra Cristera” desatada no México pela perseguição maçônica.
Conforme explicou o Cardeal Sandoval, o anúncio da beatificação do González Flores e seus companheiros mártires se esperava para março deste ano, mas foi adiado pela morte do Papa João Paulo II.
Dom José Trinidad González Rodríguez, Bispo auxiliar de Guadalajara e promotor das causas de canonização da Arquidiocese e do Episcopado Mexicano, assinalou que as novas beatificações “serão uma bênção para Jalisco e para o México”. “Vários deles são de nossa terra: Da terra 'alteña' e da bela e provinciana cidade de então,
O Lic. Anacleto González Flores, nasceu em Tepatitlán, Jalisco em 13 de julho de 1889. Membro de uma família pobre e numerosa, trabalhou desde muito pequeno para ajudar no sustento familiar. Entretanto, seu amor pela cultura e seu desejo de formar-se para defender a fé ante as agressões anti-clericais maçônicas, levou-o a titular-se de advogado em 1922, ano em que contraiu matrimônio.
Dedicou-se a ensinar história e literatura em colégios particulares de
Pelo contrário, foi um bem-sucedido promotor do “boicote” proclamado pelos católicos contra meios de comunicação e negócios maçônicos. Seu exemplo e seus ensinos o converteram em uma figura simbólica amplamente reconhecida e respeitada pela revolução Cristera; por isso foi feito prisioneiro em 1º de abril de 1927, uma primeira sexta-feira de mês.
Logo de ser capturado, Anacleto começou a ser brutalmente torturado para que revelasse o lugar onde se ocultava o Bispo Orozco e Jiménez. Suspenderam-no em presença de seus companheiros pelos polegares das mãos, enquanto com facas feriam seus pés descalços.
Diante de sua heróica resistência, começaram a rasgar seu corpo com a faca, e foi submetido, segundo seus biógrafos a “outras torturas incontáveis e inenarráveis”.
Quando começaram a torturar aos jovens que tinham sido detidos com ele –e que o acompanhariam no martírio- Anacleto gritou: “Não maltratem a esses moços, se querem sangue aqui está o meu!”.
Anacleto foi desprendido e com o um golpe de culatra lhe destroçaram o ombro. Entretanto, o mártir seguiu alentando a seus companheiros para que não fraquejem.
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Simulou-se então um “conselho de guerra sumaríssimo” que condenou aos prisioneiros à pena de morte “por estar em convivência com os rebeldes”.
Um dos jovens, ante a gozação dos soldados, assinalou que desejava confessar-se antes de morrer, mas Anacleto lhe exortou: “Não irmão, já não é tempo de confessar-se, mas sim de pedir perdão e perdoar! É um Pai e não um juiz o que te espera. Teu mesmo sangue te purificará”.
Segundo o testemunho de numerosos soldados arrependidos que foram testemunhas do martírio, ferido mortalmente, Anacleto pôde incorporar-se para gritar: “Pela segunda vez ouçam as Américas este grito: Eu morro, mas Deus não morre Viva Cristo Rei!”.
Ao dizer “pela segunda vez”, o mártir se referia às mesmas palavras pronunciadas décadas atrás pelo Presidente do Equador Gabriel García Moreno, assassinado a golpes de facão nas escadarias da Catedral de Quito por maçons enfurecidos por ter consagrado o Equador ao Sagrado Coração do Jesus.
O exército tratou de justificar o assassinato de Anacleto e seus companheiros aduzindo que não tinha sido capturado por católico, mas sim por “conspirador e seqüestrador”; uma estória que, embora ter sido desmentida pela historiografia contemporânea, ainda segue sendo difundida pela maçonaria mexicana e, paradoxalmente, pela agência marxista autodenominada católica, Adital.