REDAÇÃO CENTRAL, 13 de fev de 2020 às 09:30
A Associação Privada de Fiéis de Direito Pontifício Arautos do Evangelho esclareceu recentemente sua posição frente à decisão do Vaticano de lhes designar um Comissário Pontifício.
Em um comunicado publicado em 12 de fevereiro, os Arautos do Evangelho asseguraram que "desde o princípio, os Arautos aceitaram o comissariado".
“Entretanto, a partir da comunicação oficial do Decreto perceberam a existência desse grave erro que o invalidava parcialmente e o faz inaplicável. Recorreram, então, à Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, alegando esse dado e outras irregularidades canônicas que haviam sido cometidas”, assinalaram.
“Na ocasião, foi pedido um diálogo com as autoridades da Congregação. Por um lado, a Congregação alterou o Decreto; por outro lado, não concedeu o diálogo”, indicaram.
O Vaticano anunciou a nomeação do Comissário Pontifício em 28 de setembro, depois de estudar a documentação da Visita Apostólica que começou em 23 de junho de 2017. Segundo a Santa Sé, foram encontradas uma série de carências “no estilo de governo, na vida dos membros do Conselho, a pastoral vocacional, na formação de novas vocações, na administração, na gestão das obras e dos recursos”.
Em um comunicado divulgado em 19 de outubro de 2019, os Arautos do Evangelho disseram ao Cardeal Raymundo Damasceno Assis, Arcebispo Emérito de Aparecida (Brasil) “que não reconhecemos Vossa Eminência enquanto ‘Comissário’ da Associação Privada de Fiéis Arautos do Evangelho".
Nesse comunicado, os Arautos do Evangelho explicaram que o Decreto da Congregação dos Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica em que o Cardeal Damasceno Assis foi nomeado como Comissário Pontifício tinha "erros fundamentais" que causavam "graves ilegalidades canônicas”.
Os Arautos do Evangelho destacaram que o Decreto enviado pelo dicastério do Vaticano "está endereçado a uma ‘Associação Pública de Fiéis’, sendo que os Arautos do Evangelho são uma ‘Associação Privada de Fiéis’".
Além disso, assinalaram em seu comunicado de outubro de 2019, "a instituição dos Arautos do Evangelho, enquanto ‘Associação Privada de Fiéis’, não é ‘comissariável’".
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Em uma mensagem enviada à ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, os Arautos do Evangelho acrescentaram que seu Presidente Geral, Felipe Lecaros Concha, “recebeu uma carta datada de 13 de janeiro de 2020 do Arcebispo Dom José Rodríguez Carballo, Secretário da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica (CIVCSVA)”.
“A carta foi acompanhada de um anexo no qual o Sumo Pontífice confirmou a aprovação específica dada ao decreto do comissariado, que em sua versão original havia incorrido em graves irregularidades. O texto do anexo continha uma frase escrita por ele: aprovado em forma específica, com sua assinatura em seguida”.
Os Arautos reiteraram que eles aceitaram “o comissário desde o início, assim como aceitaram a Visita Apostólica que ocorreu durante quase dois anos (2017/2018), e apresentaram as objeções ao decreto, apresentando os recursos aplicáveis na Lei”.
"Da mesma forma aceitaram o comissariado nas Sociedades de Vida Apostólica, de natureza pública e não privada, de similar carisma, especificado para seus próprios fins: a Sociedade Clerical Virgo Flos Carmeli e a Sociedade Feminina Regina Virginum", indicaram.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Arautos do Evangelho não reconhecem decreto que institui Comissário Pontifício https://t.co/xMadr26nUg
— ACI Digital (@acidigital) October 20, 2019