TOLEDO, 14 de fev de 2020 às 15:00
Dom Braulio Rodríguez, Arcebispo Emérito e Administrador Apostólico de Toledo (Espanha), alerta em sua carta semanal sobre alguns dos perigos relacionados ao uso da ideologia de gênero para alcançar a igualdade entre homens e mulheres.
O Prelado destaca, “existe uma preocupação crescente na Espanha devido à onda selvagem de mulheres que morrem nas mãos de seus maridos”, e assinala que “é sensata esta preocupação e inquietude na Espanha e na Europa, pois esta violência contra as mulheres que leva à morte é intolerável e inaudita”.
Dom Rodríguez destaca que se trata de “um problema que implica drama e verdadeiras tragédias” e que, segundo assinala, “deriva, entre outras raízes, de uma evidente falta de formação básica sobre o que é a sexualidade humana, o amor conjugal e o que constitui o matrimônio”.
Deste modo, Dom Rodríguez insiste que "toda luta contra esse flagelo é pouca".
No entanto, o administrador apostólico também explica que " acha que é errado pensar que a igualdade entre homem e mulher consiste unicamente em desenvolver a ideologia do gênero e tudo o que surge desta ideologia”.
"Essa não é uma solução", diz e destaca que, recentemente, foi anunciado que, durante o próximo ano acadêmico de 2020-2021, a disciplina "Igualdade" será implementada nas escolas como uma "maneira de combater a violência de gênero".
Dom Rodríguez enfatiza que essa disciplina já havia sido implementada de maneira experimental em alguns colégios, mas não se sabe qual foi a avaliação da experiência.
O Administrador Apostólico explica que a solução para alcançar a igualdade, absolutamente, não é aplicar “ao máximo a ideologia de gênero” e por isso se pergunta por que os partidos políticos, “salvo alguma exceção, falam de gênero, de ideologia de gênero como solução única a todos os problemas de desigualdade entre mulher e homem”.
Além disso, classifica como “curioso” o fato de que “os partidos da esquerda clássica, os de inspiração neomarxista, alguns partidos de direita, centro-direita e outros centros impõem ou mantêm todo tipo de ideologia de gênero, em algumas autonomias com leis concretas em ensinamento e sanidade”.
No entanto, explica que esta solução não conseguirá a igualdade entre os sexos, "porque não aceitam que o ser humano é mulher e homem" e, "por isso, rejeitam o sexo e recorrem ao gênero, de maneira que, segundo esta estendidíssima teoria e ideologia, não há diferença de sexo”.
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Destaca ainda que, segundo essa ideologia, a divisão em sexo masculino e feminino "é meramente cultural, uma construção interessada e que não responde à realidade, porque eles afirmam que todos podem escolher um sexo no gênero que deseje”.
"E o restante são classificações interessadas dos que mandaram sempre: os homens, o varão que discrimina e atenta contra a liberdade”, assegura.
Dom Rodríguez também enfatiza que os partidos neomarxistas mudaram a luta de classes em favor do proletariado pela "luta de gênero, sendo a mulher o novo proletariado".
Também indica que os partidários dessa ideologia "não veem ou não querem ver" que, ainda que se lute incansavelmente pela igualdade essencial entre mulher e homem, “continuam existindo diferenças normais entre mulher e homem”, pois “em seu horizonte não existe complementariedade entre mulher e homem” e que nessa luta para alcançar “a verdadeira dignidade da mulher (e do homem) devem cooperar ambos os sexos”.
O Administrador Apostólico de Toledo incentiva a "continuar lutando com todas as nossas forças para rejeitar e anular toda discriminação contra as mulheres, o machismo e a violência doméstica contra as mulheres".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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