REDAÇÃO CENTRAL, 20 de fev de 2020 às 14:00
Dom Santiago de Witt de Guzmán, Núncio na República Centro-Africana e no Chade, considerou positiva e oportuna a decisão do Papa Francisco de que os núncios tenham um ano de experiência missionária.
Em declarações às Pontifícias Obras Missionárias (POM), Dom de Witt, que também serviu no Egito, República Democrática do Congo, Paraguai e Países Baixos, disse que isso é "interessante e oportuno na formação dos futuros diplomatas", pois, "para tomar consciência das urgências, necessidades e problemas que existem nesses contextos, é necessário vivê-los. Por mais que alguém conte ou explique, há certas realidades que precisam ser vividas”.
Há alguns dias, o Papa Francisco escreveu uma carta ao presidente da Pontifícia Academia Eclesiástica, Dom Joseph Marino, na qual deu novas indicações para os candidatos ao serviço diplomático do Vaticano, incluindo este ano de missão.
Embora ainda deva ser concretizado através da Secretaria de Estado, deveria começar a partir do ano letivo 2020/2021.
Dom de Witt destacou que em sua experiência em países como o Chade, a República Centro-Africana ou a República Democrática do Congo, a primeira coisa que o impressionou foi "a universalidade da mensagem cristã, a catolicidade".
Disse que “impressiona ver como a proclamação do Evangelho é capaz de entrar e se concretizar nas diferentes realidades culturais de todos esses países; e ver como é capaz de criar raízes e ir pouco a pouco transformando essa realidade à luz do Evangelho”.
“Esta experiência de participar da Igreja universal na qual – embora esteja em diferentes países da África, em algum país da América Central ou nos países da Europa – há uma clara percepção de pertencer a essa realidade eclesial, a essa fé em Jesus Cristo que é universal, e que é compartilhada e celebrada nesses diferentes ambientes. Esta é a primeira experiência que impressiona e é muito gratificante”, assegurou.
Destacou também a importância de ter "uma atitude disponível e de ir com muita humildade para onde somos destinados e para onde a Santa Sé decide nos enviar".
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“É importante ser consciente de que vamos para trabalhar e servir a Igreja local à qual somos enviados. E, sobretudo, também é necessário ter a consciência de que a coisa mais importante na Igreja é anunciar o Evangelho. Isso é decisivo e é o que dá razão à nossa presença, levar essa Boa Nova a todas as pessoas”, insistiu.
Dom de Witt também explicou que seu primeiro destino foi precisamente a República Centro-Africana e o Chade. “Vivemos a realidade de estar neste país que sofre, que vive as consequências de uma longa guerra, de um conflito bélico que degenerou, que ainda possui importantes picos de tensão e violência, que encontra muitas dificuldades para percorrer o caminho de paz”, assegurou.
No entanto, também enfatizou que ficou impressionado e admirado com a “a Igreja local, que apesar das dificuldades, é capaz de testemunhar, celebrar e viver. E de ser ela mesma um sinal e testemunho de esperança para um país que precisa urgentemente de sinais visíveis dessa esperança, que a envolvem para trabalhar e se comprometer a tentar melhorar a realidade atual em todos os níveis”.
“É admirável e convida a continuar trabalhando e acreditando que é possível, e que deve ser possível, um presente e um futuro melhor para essas pessoas, para este país e para esta realidade na qual estou e tento dar o melhor de mim”, explicou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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