Vaticano, 26 de fev de 2020 às 14:30
O Hospital Pediátrico Bambino Gesù, em Roma, conhecido como Hospital do Papa, mobilizou seus recursos médicos para combater a epidemia do conhecido como Coronavirus de Wuhan, que já causou 6 mortes e mais de 200 infectados no norte da Itália.
O vírus, identificado como COVID-19 ou 2019-nCoV e que causa problemas respiratórios com risco de pneumonia, teve origem no mercado da cidade chinesa de Wuhan, em dezembro de 2019, onde a carne de animais selvagens era comercializada sem nenhum tipo de controle sanitário.
A epidemia causou mais de 2.500 mortes, a maioria na China, e infectados em muitos países ao redor do mundo, incluindo a Itália. Especialmente alarmante está sendo também a situação no Irã e na Coreia do Sul, onde o vírus se introduziu com grande virulência.
No caso específico da Itália, a epidemia ficou descontrolada no final da semana passada quando surgiram os primeiros focos nas regiões de Lombardia e Veneto, sem que as autoridades italianas fossem capazes de identificar como o vírus apareceu e se espalhou.
Frente a essa situação, a presidente do Hospital Bambino Gesù, Dra. Mariella Enoc, explicou aos meios de comunicação, nesta segunda-feira, 24 de fevereiro, que em Lácio, embora o hospital de referência para especialidades pediátricas seja o Bambino Gesù, decidiu-se enviar os possíveis casos de crianças doentes de COVID-19 ao Hospital Lazzaro Spallanzani, também em Roma.
O motivo é que, no Hospital Bambino Gesù, são tratadas muitas crianças com câncer e com o sistema imunológico mais frágil, por isso a presença de crianças doentes com coronavírus é desaconselhada.
Embora, como assinalou a Dra. Enoc, não haja nenhuma criança diagnosticada com COVID-19, decidiu-se tomar medidas de prevenção caso ocorram casos. Para isso, o Bambino Gesù enviou profissionais de saúde, medicamentos e instrumentos médicos ao Hospital Lazzaro Spallanzani.
Precisamente, há dois cidadãos chineses diagnosticados com COVID-19 internados neste hospital, embora estejam estáveis e um já esteja fora de perigo.
Portanto, “em vez de levar as crianças ao Bambino Gesù, que é um hospital onde há casos muito delicados, toda a oncologia, preferimos que o Hospital Bambino Gesù vá ao Spellanzani. Isso significa uma colaboração muito forte que tranquilizou todos os pais das crianças que estão conosco”.
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Com relação à reação do Estado italiano frente à epidemia, a Dra. Enoc disse que "o que poderia ser feito já foi feito".
"Esse tipo de epidemia atinge, sobretudo, as pessoas mais imunodeprimidas, pessoas com múltiplas patologias, porque é evidente que basta que uma pessoa idosa com outros problemas contraia pneumonia para que seu quadro clínico se agrave", explicou.
Em todo caso, espera “que essa epidemia se detenha. Sabe-se que na China o pico já está caindo. Toda doença tem um pico e depois uma queda, e nós estamos tranquilos”.
Concretamente, pediu que a epidemia não seja politizada: “Peço que esta epidemia não se converta em uma questão política, porque não pode ser uma questão política. É uma questão de saúde, de bem-estar dos italianos”.
Por fim, fez um chamado a colocar todos os meios para evitar que o vírus chegue ao continente africano, “onde certamente não seria possível fazer tudo o que está sendo feito na Itália para uns poucos casos”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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