MADRI, 5 de mar de 2020 às 13:00
O Arcebispo de Madri (Espanha) enviou um comunicado no qual pede para “não beijar a estátua de Jesus de Medinaceli para prevenir contágios por coronavírus” durante o beija-pé que acontece na primeira sexta-feira de março e do qual milhares de pessoas participam.
Segundo explicam, “atendendo às recomendações da Secretaria de Saúde da Comunidade de Madri, a Arquidiocese de Madri pede aos fiéis que participam neste fim de semana dos cultos em honra a Jesus de Medinaceli e a Jesus do Grande Poder e de celebrações semelhantes que se abstenham de beijar as estátuas, como é tradição, para evitar possíveis contágios por coronavírus”.
Além disso, sublinhou que, “até o momento, sempre conforme as pautas das autoridades de saúde, o riste dos atos programados são mantidos iguais”.
O beija-pé do Cristo de Medinaceli é uma das devoções mais arraigadas em Madri. Todos os anos, na primeira sexta-feira de março, milhares de pessoas passam pela Basílica dos Irmãos Capuchinhos, localizada no centro de Madri, para beijar o pé da imagem de Cristo e pedir três desejos.
Uma devoção profunda e antiga
A devoção que reúne dezenas de milhares de pessoas todos os anos remonta ao século XVII. A imagem foi talhada em Sevilha e levada pelos Irmãos Capuchinhos ao Marrocos para o culto dos soldados espanhóis no século XVII.
Durante a guerra no Marrocos, quando a cidade de Mármora caiu nas mãos do Rei Musley Ismael, ele mandou que a imagem do Nazareno fosse arrastada pelas ruas como um sinal de ódio contra a religião cristã.
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A história conta que Frei Pedro de los Angeles, Padre da Ordem Trinitária, pediu ao rei o resgate da imagem, como se fosse uma pessoa viva. O rei Musley avaliou o preço da imagem considerando seu peso em ouro. A tradição conta que a balança equilibrou exatamente quando 30 moedas foram pesadas, recordando assim a passagem do Evangelho na qual Cristo foi vendido por 30 moedas. Desde então, tem uma grande fama de ser milagrosa.
A imagem foi para Tetuán e Ceuta (Marrocos) e chegou a Madri no verão de 1682. Foi instalada a princípio no convento dos Padres Trinitários descalços, mas em 1895 ficou definitivamente no convento dos capuchinhos de Santo Antônio do Prado.
É venerada de maneira especial às sextas-feiras e de forma massiva na primeira sexta-feira de março. Dezenas de pessoas esperam dias na entrada do templo para beijar o pé da imagem e fazer três pedidos.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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