O novo presidente da Conferência Episcopal Alemã, Dom Georg Bätzing, disse que o polêmico "caminho sinodal" da Igreja nesse país está "alinhado" ao que o Papa Francisco deseja.

Assim indicou o Prelado na quinta-feira, 5 de março, na conclusão da assembleia plenária do Episcopado alemão na cidade de Mainz, dentro do controverso caminho sinodal da Igreja na Alemanha.

O novo presidente do Episcopado também disse que segue "os grandes passos" do Cardeal Reinhard Marx, que até recentemente liderou a Conferência Episcopal.

O também Bispo de Limburgo comentou o "bom começo" do caminho sinodal, apesar das fortes críticas que recebeu de vários bispos.

O chamado caminho sinodal foi formalmente aberto durante a primeira semana do Advento de 2019, mas a primeira reunião da assembleia sinodal foi convocada em janeiro. Os grupos de trabalho da assembleia oferecerão propostas de mudanças para vários aspectos do ensinamento e da disciplina da Igreja, incluindo a ordenação de mulheres, a abolição do celibato clerical e a mudança na moral sexual.

Em junho de 2019, o Papa Francisco enviou uma carta na qual advertiu sobre os diferentes problemas da Igreja e na qual recordou que o essencial no país é retomar a evangelização.

Além disso, o Vaticano interveio em mais de uma ocasião para alertar sobre a problemática do caminho sinodal, realizado juntamente com os fiéis do Comitê Central de Católicos Alemães (ZdK).

Dom Bätzing também expressou seu apoio a um documento intitulado “Juntos na Mesa do Senhor”, feito por um grupo de trabalho de teólogos luteranos e católicos (OAK) que ele e o bispo protestante Martin Hein presidem.

O documento promove que os não católicos de qualquer denominação cristã possam receber a Comunhão na Missa da Igreja Católica

O Cardeal Kurt Koch, presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos, descartou o documento afirmando que está baseado em uma "suposição" que não compartilha: "Que a celebração eucarística católica e o rito protestante são idênticos".

Na assembleia plenária, os bispos também chegaram a um acordo sobre as compensações para as vítimas de abusos cometidos por alguns sacerdotes.

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Os números da grave crise da Igreja na Alemanha

Em meados de julho deste ano, a Conferência Episcopal da Alemanha divulgou algumas estatísticas do ano de 2018, entre as quais destaca que, no período, mais de 216 mil fiéis decidiram abandonar a Igreja Católica.

Além disso, dos 23 milhões de batizados no país, de uma população total de 83 milhões, a porcentagem daqueles que participam da Missa Dominical é de 9,3%, ou seja, cerca de 2,1 milhões.

No caso dos sacerdotes que servem nas dioceses do país, o número caiu para 1.161 em 2018, quando havia mais de 17.000 no ano 2000.

As estatísticas também indicam que no ano 2000 havia 13.241 paróquias na Alemanha. Em 2018, caíram para 10.045.

As estatísticas de 2018 não fornecem nenhuma informação sobre o sacramento da Reconciliação ou Confissão, uma prática que parece ter sido quase completamente abandonada pelos católicos do país, incluindo os sacerdotes.

Publicado originalmente em CNA Deutsch. Traduzidos e adaptado por Nathália Queiroz.

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