Roma, 13 de mar de 2020 às 13:00
O Vigário do Papa para a Diocese de Roma, Cardeal Angelo de Donatis, promulgou um novo decreto nesta sexta-feira, 13 de março, no qual estipula que as igrejas paroquiais de Roma podem permanecer abertas após o anúncio no dia anterior que havia estipulado o fechamento das paróquias e outras igrejas em Roma.
No entanto, igrejas não paroquiais em toda a diocese permanecerão fechadas, assim como todas as atividades pastorais e as Missas públicas permanecerão suspensas até 3 de abril.
Desde 9 de março, todas as Missas públicas da diocese haviam sido canceladas, mas as igrejas tinham permanecido abertas à oração pessoal e, em alguns casos, com a Adoração Eucarística e com a administração do Sacramento da Confissão.
O Cardeal De Donatis assinalou em 12 de março que essa disposição "é para o bem comum" e, portanto, convidou a receber a "Palavra de Deus que nos diz ‘onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles’", por isso, afirmou, "neste momento, ainda mais do que antes, nossas casas devem ser igrejas domésticas".
O decreto para fechar as igrejas em Roma veio um dia depois que o primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte reforçou as restrições do bloqueio nacional até 3 de abril para deter a propagação da pandemia do coronavírus, por isso incluiu o fechamento de todos os restaurantes, bares e lojas que não sejam supermercados ou outros mercados de alimentos.
Reabertura das igrejas paroquiais
Poucas horas após o anúncio do fechamento de todas as igrejas da capital italiana, a Diocese de Roma emitiu um novo decreto em 13 de março, no qual se lê que “a Igreja de Roma, em plena comunhão com seu Bispo, Supremo Pastor da Igreja Universal, é consciente do significado simbólico da decisão tomada com o decreto anterior”.
O vigário do Papa Francisco recorda que "a infecção por coronavírus está se espalhando de maneira exponencial" e reconhece que "o risco de colapso das estruturas de saúde é evidente", por isso é necessário "aplicar medidas para impedir o contágio".
Contudo, o decreto assinado também pelo chanceler, Mons. Giuseppe Tonello, afirma que “toda medida cautelar eclesial deve levar em conta não apenas o bem comum da sociedade civil, mas também o bem único e precioso que é a fé, sobretudo, aquela dos pequeninos”.
"O Decreto de ontem (468/20) foi modificado, colocando nos sacerdotes e nos fiéis a responsabilidade final da entrada nos lugares de culto, de modo que não se exponha a população ao perigo de contágio e, ao mesmo tempo, seja evitado o sinal da proibição de ingresso ao lugar de culto através do fechamento do mesmo, dado que poderia criar desorientação e maior sensação de insegurança”.
Nesse sentido, o decreto que havia sido assinado em 12 de março que previa o fechamento de todas as igrejas em Roma foi modificado com este novo decreto para permitir o acesso nas igrejas paroquiais para rezar, mas exorta os fiéis a permanecerem “com consciência madura e com senso de responsabilidade com as diretrizes dos decretos da Presidência do Conselho de Ministros dos últimos dias, em particular o decreto "permaneço em casa" ("#lo resto a casa", em italiano) até 3 de abril .
Além disso, a comunicação oficial recorda os fiéis católicos de Roma que " estão dispensados da obrigação do preceito festivo" e informa que permanecerão “fechadas ao acesso público as igrejas não paroquiais e, em geral, os edifícios de culto de qualquer tipo”.
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"A comunidade eclesial que nos une continuará a nos sustentar em nosso esforço cotidiano para reagir à emergência com rapidez, eficácia e um verdadeiro espírito de fé", concluiu o Cardeal De Donatis, que enviou a bênção e invocou a intercessão de Nossa Senhora do Divino Amor, padroeira de Roma.
Geralmente, as igrejas paroquiais são as igrejas maiores, que têm maior número de fiéis, onde há catequese, celebram-se os matrimônios, Batismos, Crismas e funerais. As paróquias são definidas por um território e dependem da diocese e estão sob a guia de um sacerdote designado como pároco. Os fiéis que vivem dentro dos limites territoriais são os paroquianos.
Destas igrejas paroquiais dependem outras igrejas menores, que são as que permanecerão fechadas.
Oração do Ângelus na Basílica de São Pedro
Por sua vez, o arcipreste da Basílica de São Pedro, Cardeal Angelo Comastri, expressou antes da oração mariana transmitida ao vivo através do canal do YouTube do Vaticano que “a Basílica de São Pedro sempre esteve aberta, todos os dias, também hoje, das 7h às 18h (hora local)”.
“Obviamente, aqueles que podem vir são poucos, devido às bem conhecidas restrições impostas pelo perigo da difusão do contágio, mas, embora sejamos poucos, estamos profundamente unidos com tantos e tantas que nos escutam de casa e rezam conosco e formam conosco um só coração, uma só alma”, assinalou o Cardeal Comastri.
Finalmente, o arcipreste da Basílica de São Pedro convidou a “invocar do Senhor a libertação deste contágio que está fazendo muita gente sofrer, muita gente” e, já que “não nos sentimos dignos de ser escutados pelo Senhor, invocamos a Maria, a Imaculada, para que seja ela a apresentar nossas orações ao Senhor e recordamos o momento mais belo da vida de Maria, o momento da Anunciação”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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