ENCARGO, 2 de set de 2005 às 18:36
Ao ingressar como acadêmico na Academia Paraguaia da Língua, o jornalista e escritor paraguaio Jesus Ruiz Nestosa, assegurou que a forçada perspectiva de gênero agride à língua e confunde às pessoas.
Em sua exposição titulada "As confusões de gênero e sexo. Uma prática equivocada", Ruiz Nestosa precisou que "não se pode acusar de sexista a uma língua que possui, e utiliza, o recurso de gênero, frente a outros idiomas que não o têm. Seria uma tolice propiciar uma destruição do gênero em nome de uma pretendida igualdade dos sexos que não se poderia dar, nunca, simplesmente pela mudança de um substantivo ou de um artigo".
"O mesmo horror que nos causa ver a maneira indiscriminada em que se destroem os bosques o devemos sentir quando se agride à língua, tratando de empobrecê-la a base de critérios equivocados", adicionou o acadêmico.
O perito refletiu sobre a utilização da fórmula "perspectiva de gênero" que suprime os plurais em masculino e obriga a divisão em feminino e masculino.
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O jornalista considerou que há uma “insistência quase doentia” em redigir informes, artigos jornalísticos, discursos e documentos, utilizando modalidades que atentam contra a coerência, a homogeneidade e a síntese do idioma.
"Estas modalidades apresentam o inconveniente de encher o texto de tantos sinais com os que tropeça a vista, que, com freqüência, dificulta a percepção do sentido das diferentes frases e a compreensão total do texto", indicou.
Além disso, expressou sua preocupação pelo fato de que textos com estas características, aprovados pelo Ministério de Educação, são utilizados pelos alunos. Para o acadêmico, isto revela uma contradição dramática, já que, à força de querer suprimir uma suposta parte sexista do idioma, em realidade, o está transformando em uma língua sexista.