Vaticano, 25 de mar de 2020 às 08:59
O Papa Francisco enfatizou nesta quarta-feira, 25 de março, durante a Audiência Geral realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico, que “a defesa da vida, para a Igreja, não é uma ideologia, é uma realidade. Uma realidade humana que compromete todos os cristãos”.
O Papa recordou em sua catequese que “há 25 anos, nesta mesma data de 25 de março, que na Igreja é a festa solene da Anunciação do Senhor, São João Paulo II promulgava a Encíclica Evangelium vitae, sobre o valor e a inviolabilidade da vida humana”.
O Santo Padre explicou que, no Evangelho do dia, que narra a Anunciação e o “sim” de Maria ao projeto de Deus, “a Virgem acolhe a Palavra que se faz carne, e aceita com confiança cuidá-lo. Aceita converter-se na mãe do Filho de Deus. Assim, em Maria, realiza-se o encontro de Deus com o homem”.
Destacou que "o elo entre a Anunciação e o ‘Evangelho da vida’ é íntimo e profundo, como destacou São João Paulo II na Encíclica".
"Hoje, nos encontramos oferecendo de novo esse ensinamento no contexto de uma pandemia que ameaça a vida humana e a economia mundial", enfatizou Francisco.
Essa situação “nos faz sentir-nos ainda mais comprometidos com a palavra com a qual começa a Encíclica. É esta: O Evangelho da vida está no coração da mensagem de Jesus. Acolhido pela Igreja cada dia com amor, é anunciada com fidelidade corajosa como boa nova para os homens de toda época e cultura".
O Papa insistiu que este Evangelho da vida “deve ser anunciado de forma prioritária. E penso com gratidão no testemunho silencioso de tantas pessoas que, de várias maneiras, estão se sacrificando a serviço dos doentes, dos idosos, de quem é só e mais indigente. Colocam em prática o Evangelho da vida, como Maria que, ao acolher o anúncio do anjo, foi ajudar a prima Isabel”.
Enfatizou que "a vida que somos chamados a promover e defender não é um conceito abstrato, mas se manifesta sempre numa pessoa em carne e osso: uma criança recém-nascida, um pobre marginalizado, um doente sozinho e desanimado ou em estado terminal, aquele que perdeu um emprego ou não consegue encontrá-lo, um migrante rejeitado ou segregado”.
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"Todo ser humano é chamado por Deus a gozar da plenitude da vida", lembrou, "e sendo confiado à preocupação materna da Igreja, toda ameaça à dignidade e à vida humanas repercute no coração da Igreja, nas suas ‘vísceras’ maternas”.
Denunciou que “os atentados à dignidade e à vida das pessoas continuam, infelizmente, nesta nossa era, que é a era dos direitos humanos universais; Estamos diante de novas ameaças e nova escravidão, e a legislação nem sempre oferece a proteção da vida humana para os mais fracos e vulneráveis”.
“A mensagem da Encíclica Evangelium vitae, portanto, é mais atual do que nunca. Para além das emergências, como a que vivemos, trata-se de agir no plano cultural e educativo para transmitir às gerações futuras a atitude de solidariedade, do cuidado e do acolhimento, sabendo que a cultura da vida não é patrimônio exclusivo dos cristãos, mas pertence a todos aqueles que, lutando pela construção de relacionamentos fraternos, reconhecem o valor próprio de cada pessoa, mesmo quando são frágeis e sofrem”.
O Papa Francisco concluiu sua catequese repetindo que “toda vida humana, única e irrepetível, constitui um valor inestimável. Isto deve ser anunciado sempre novamente, com a coragem da palavra e a coragem das ações. Isso exige solidariedade e amor fraterno pela grande família humana e por cada um de seus membros".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) March 18, 2020