REDAÇÃO CENTRAL, 6 de jul de 2020 às 06:00
O nome de Santa Maria Goretti está associado principalmente à virtude da castidade, entretanto, existem outros aspectos da sua vida que provavelmente não são muito conhecidos e que valem a pena imitar para crescer na fé.
A seguir, apresentamos onze coisas sobre esta “doce mártir da pureza”, como a chamou o Papa Pio XII.
1. Trabalhou desde pequena
Uma biografia publicada em Vatican News indica que Maria nasceu em 16 de outubro de 1890 na Itália, em uma família pobre que se mudou da cidade de Ancona a Ferriere di Conca, na província de Lazio, para trabalhar nos campos do conde Mazzoleni.
Lá, a menina vendia ovos, preparava comida para os camponeses, consertava roupas e cuidava dos seus irmãos mais novos.
2. Foi uma filha exemplar
Vatican News assinala que depois da morte do seu pai Luigi Goretti, Maria “sentiu que tinha que apoiar a sua mãe, que ficou sozinha cuidando da família”.
Ela era responsável pelas tarefas domésticas e de cuidar dos irmãos. Inclusive, preferia comer o que sobrava das refeições para que todos pudessem se alimentar bem.
Devido às dificuldades financeiras, a sua família se associou aos Serenelli, que não tinham bom comportamento e eram autoritários.
Para tranquilizar a angústia de sua mãe Assunta, Maria dizia: “Coragem, mãe, não tenha medo, nós já estamos crescendo. Pediremos para o Senhor que nos dê saúde. A providência nos ajudará. Lutaremos e seguiremos lutando!”.
3. Preferia morrer a dizer uma palavra ruim
Um dia, Maria compartilhou com a sua mãe a indignação que sentiu quando ouviu uma conversa obscena entre um menino e uma de seus colegas.
Assunta lhe disse: “Pois, o que entre por um ouvido teu, deve sair pelo outro. Olha, minha filha, como te surpreendes com as coisas que os outros fazem, os outros podem se surpreender com as coisas que tu faças”.
Então a menina respondeu: “Se alguma vez eu tiver que falar assim, prefiro morrer antes”.
4. Não frequentou a escola
Em uma mensagem, São João Paulo II indicou que Santa Maria Goretti não pôde frequentar a escola pelas “dificuldades da pobreza”.
Entretanto, ela e os seus cinco irmãos foram “educados pelos pais para respeitar a si mesmos e aos outros, assim como a fazer as coisas por amor a Deus”.
5. Com a ajuda dos vizinhos, fez a Primeira Comunhão
Santa Maria Goretti desejava receber a Eucaristia desde muito pequena e, quando manifestou esse desejo a sua mãe, esta lhe disse: “Como você vai receber a Comunhão, se não sabe o catecismo? Além disso, você não sabe ler, não temos dinheiro para comprar o teu vestido, os sapatos e o véu e não temos nenhum momento livre”.
A menina respondeu: “Então nunca poderei receber a Comunhão, mãe! Mas não posso ficar sem Jesus!”.
Seus vizinhos a ajudaram na sua preparação para o sacramento e inclusive conseguiram as roupas que precisava para este grande dia.
Então, Maria fez a sua Primeira Comunhão em 29 de maio de 1902, aos onze anos de idade, um ano antes do que era costume na época.
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6. Buscava consolo na oração nos momentos difíceis
Aos dez anos, Maria perdeu o pai, entretanto, procurou seu consolo na oração, especialmente na oração do Rosário.
A santa também buscou a proteção na Virgem frente às propostas indecentes de Alessandro Serenelli e às ameaças de morte que este lhe fazia devido aos rechaços de Maria.
7. Resistiu a uma tentativa de violação
Em 5 de julho de 1902, Alessandro aproveitou que Maria estava sozinha em casa e tentou violá-la. Mas ela resistiu gritando: “Não! É um pecado! Deus não quer isso!”. E advertiu-lhe que poderia ir para o inferno.
Cego pela raiva, o jovem a esfaqueou quatorze vezes. Feriu o seu coração, o seu pulmão esquerdo, o seu diafragma e os seus intestinos.
8. Ofereceu seus sofrimentos à Virgem Maria
Depois que a sua mãe e o pai de Alessandro a encontraram, Maria foi levada ao hospital mais próximo. Os médicos se surpreenderam pelo fato de que ela não estivesse morta depois dos graves ferimentos. Tentaram salvá-la através da operação, mas devido ao seu estado de saúde delicado, não conseguiram aplicar a anestesia.
Ela não reclamava das dores e ofereceu os seus sofrimentos à Mãe de Deus.
9. Perdoou o seu agressor antes de morrer
Antes de falecer, o sacerdote perguntou-lhe: “Maria, perdoas de coração o teu assassino?”. Ela respondeu: “Sim, eu o perdoo pelo amor de Jesus, e quero que ele também venha comigo ao Paraíso. Eu quero que ele esteja ao meu lado... Que Deus o perdoe, porque eu já o perdoei”.
São João Paulo II destacou esse gesto e afirmou que “o espírito do perdão incentivava as relações de toda a família Goretti e, por isso, pôde se expressar com tanta espontaneidade na mártir”.
10. Seu assassino se converteu
Alessandro Serenelli foi condenado a 30 anos de prisão e parecia que não tinha nenhum remorso pelo seu crime. Mas se arrependeu depois de ser visitado pelo então Bispo de Noto, Dom Giovanni Blandini, e após sonhar que Maria colocava em cima dele quatorze lírios, a mesma quantidade de vezes que a esfaqueou.
Quando Alessandro saiu da prisão, procurou a mãe de Maria para pedir-lhe perdão. Alguns anos depois, colaborou com o seu testemunho na causa da beatificação. Também foi admitido na Ordem Terceira de São Francisco.
“O assassino de Maria Goretti reconheceu o crime cometido, pediu perdão a Deus e à família da mártir, redimiu com convicção o seu crime e ao longo da sua vida manteve este estado de espírito. A mãe da santa, por sua parte, ofereceu-lhe o perdão da sua família”, destacou São João Paulo II.
11. Uma de suas irmãs se tornou religiosa
Segundo indica o site oficial do Santuário de Corinaldo, no dia do seu martírio, a santa estava cuidando da sua irmã de dois anos, Teresa Goretti, antes de Alessandro levar Maria para tentar violá-la.
Teresa acordou e começou a chorar quando ouviu os gritos de Maria. Esse choro fez com que Assunta e o pai de Alessandro voltassem para casa, pois estavam trabalhando no campo, e encontraram a santa ferida.
Em 23 de outubro de 1920, Teresa ingressou no instituto das Irmãs Franciscanas Missionárias de Maria e recebeu o nome de Irmã Maria de Santo Alfredo.
Encontrou-se em setembro de 1969 com o Beato Paulo VI e, em 1979, com São João Paulo II.
Faleceu em 25 de fevereiro de 1981 em um convento do seu instituto na cidade italiana de Orvieto.