Os católicos do Sri Lanka perdoaram aqueles que atacaram suas igrejas na Páscoa passada, disse o Arcebispo de Colombo e Cardeal do Sri Lanka Albert Malcolm Ranjith.

A Missa da Páscoa em Colombo foi celebrada em 12 de abril e transmitida ao vivo a partir da residência do Purpurado, devido às medidas de isolamento social decretadas no Sri Lanka para conter a disseminação do coronavírus COVID-19. Em sua homilia, o Cardeal Ranjith se referiu aos ataques de suicidas contra as igrejas, realizados na Páscoa passada, e disse que “nós não os odiamos, nem devolvemos a violência. A ressurreição é a completa rejeição do egoísmo".

“No ano passado, alguns jovens desorientados nos atacaram e nós, como humanos, poderíamos ter dado uma resposta humana e egoísta. Mas meditamos nos ensinamentos de Cristo e os amamos, os perdoamos e nos compadecemos deles", acrescentou o Cardeal de 72 anos.

Da mesma forma, Dom Ranjith disse que, com o perdão, tentam "demonstrar que não somos seres mundanos e terrenos" e recordou que "em cada um de nós temos algo nobre, qualquer que seja a nossa religião, cultura ou idioma. Todos temos algo a contribuir para a humanidade”, segundo informou Asia News.

Também se referiu à Páscoa como uma oportunidade de renascer como pessoas para o bem da humanidade. “Ninguém deveria pensar apenas em si mesmo. É disso que se trata a ressurreição, de uma nova existência. Como uma segunda oportunidade, demos qualidade à nossa vida, seguindo o que o Senhor nos diz e convertamo-nos em um instrumento para transformar a sociedade", disse o Purpurado.

Em 19 de abril de 2019, nove homens suicidas atacaram com explosivos duas igrejas católicas, uma igreja evangélica e três hotéis. Os atacantes eram todos cidadãos do Sri Lanka e pertenciam a um grupo islâmico conhecido como National Thowheeth Jama’ath.

O Cardeal Ranjith criticou repetidamente as autoridades por não darem uma explicação clara sobre como os terroristas foram capazes de realizar o ataque, apesar do serviço de inteligência supostamente saber que os ataques eram iminentes. Por isso, em março, o Purpurado disse que lideraria protestos públicos se o governo não produzisse um relatório credível sobre os atentados.

Este ano, os fiéis do Sri Lanka esperavam participar dos ritos da Páscoa nas igrejas bombardeadas, mas, por causa das medidas do governo para combater o COVID-19, tiveram que fazê-lo em casa.

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Segundo Vatican News, foram realizadas Missas a portas fechadas nas duas igrejas católicas atacadas pelos terroristas muçulmanos: o Santuário de Santo Antônio, na capital Colombo; e a igreja de São Sebastião, em Negombo, onde, no total, mais de 150 pessoas foram assassinadas.

Os líderes católicos planejam realizar uma cerimônia privada para comemorar o aniversário em 21 de abril, informou Vatican News.

Segundo a Unidade de Epidemiologia do Ministério de Saúde do Sri Lanka, até o dia 14 de abril havia 218 pessoas infectadas com o novo COVID-19, sete falecidos e 59 pessoas recuperadas, e Colombo é o distrito mais afetado com 45 casos confirmados.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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