O presidente da Argentina, Alberto Fernández, assegurou que continua comprometido com a legalização do aborto.

O mandatário explicou, em 6 de maio, no programa ‘Pasaron Cosas’ de Radio Con Vos que "há uma série de leis" prontas para entrar em discussão no Congresso, entre as quais está a "legalização da interrupção voluntária da gravidez".

“As leis estão preparadas, estão todas prontas desde 1º de março. O aborto é uma dessas leis, está pronta, preparada e não a enviamos porque estamos com outras urgências”, afirmou.

Nesse sentido, acrescentou que o documento entrará quando o parlamento estiver em condições de tratá-lo.

O projeto de legalização do aborto deveria entrar em debate em 13 de março, mas devido à pandemia, o governo decidiu concentrar seus esforços em conter a pandemia de coronavírus.

Segundo a Universidade Johns Hopkins, a Argentina hoje possui 5.208 casos confirmados de COVID-19 e 273 mortes. Nesse sentido, as medidas sanitárias do governo terão como objetivo estabelecer uma quarentena “segmentada” na qual as áreas com mais infecções permanecerão contidas e, em outras zonas, retornarão gradualmente a alguns serviços.

Quanto ao anúncio do projeto de legalização do aborto, Raúl Magnasco, da ONG ‘Más Vida’, manifestou que as organizações da sociedade civil representam "a maioria dos sentimentos do povo argentino" e, nesse sentido, repudiam "as palavras do presidente Fernández".

"Em meio à pior crise econômica da história e à pandemia de coronavírus, acreditamos firmemente que o sofrimento de um povo, com os mais altos índices de pobreza e desemprego já registrados, exige um Estado presente que vele por sua proteção e não um ausente que aceite condições estrangeiras provenientes de organismos como o FMI, que exigem o aborto e a ideologia de gênero em troca de uma dívida”, explicou à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI.

"Nem aborto, nem dívida. A Argentina precisa de um governante que proteja todos os seus habitantes, inclusive os mais vulneráveis, como são os nascituros".

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“A gravidez não é uma doença, portanto, o aborto nunca será essencial nem legal. Hoje, levantamos a voz dos argentinos no ventre para dizer em uníssono que #SalvarVidasEsPrioridad (Salvar vida é prioridade, em português)", concluiu.

A resposta das instituições pró-vida foi imediata e se aderiram à campanha de mensagens nas redes sociais com a hashtag #SalvarVidasEsPrioridad

Cabe lembrar que um projeto de aborto anterior foi rejeitado pela Câmara do Senado em uma sessão histórica em agosto de 2018.

Desde então, a Onda Celeste, um movimento que defende as duas vidas, tomou conta para impedir que o projeto antivida se torne realidade.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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