O Arcebispo de Valência (Espanha), Cardeal Antonio Cañizares, agradeceu as numerosas manifestações “de adesão, gratidão e carinho" recebidas de parte dos valencianos após a publicação de diversas informações que o acusavam falsamente de ter quebrado o estado de alarme durante a celebração da Virgem dos Desamparados no domingo passado, 10 de maio.

Segundo o site da Arquidiocese de Valência, o Cardeal Cañizares garantiu que "muitos valencianos que, conforme puderam e souberam, agradeceram esse gesto emocionante de colocar a Virgem na porta, de frente para a praça, já que não era prudente de outra forma”.

O Arcebispo de Valência acrescentou ainda que "não recebemos nenhuma queixa, somente apoios” ao fato de poder contemplar a imagem da Virgem dos Desamparados, vestida de luto pelas vítimas da pandemia.

O Cardeal Cañizares também lamentou as informações publicadas e que não correspondiam à verdade da celebração da festividade de Nossa Senhora.

No segundo domingo de maio, a Arquidiocese de Valência celebra sua padroeira, a Virgem dos Desamparados. Nesta ocasião, foi no domingo passado, 10 de maio, e devido à pandemia, o Cardeal Antonio Cañizares, Arcebispo de Valência, celebrou a Missa na Basílica da Virgem sem os fiéis, e, no final, pediu que aproximassem a imagem de Nossa Senhora à porta da Basílica para que algumas pessoas que se concentraram na praça pudessem rezar brevemente diante de sua padroeira.

O vereador responsável pela Proteção do Cidadão da Prefeitura de Valência, Aarón Cano, membro do Partido Socialista de Valência, declarou que este foi um "ato irresponsável" e "muito grave" e assegurou que notificaria a Delegação do Governo sobre a possível sanção do Cardeal Cañizares.

Numerosos meios de comunicação ecoaram a notícia, assegurando que o Cardeal havia quebrado as medidas prescritas para as celebrações religiosas de acordo com o estado de alarme em que a Espanha se encontra.

No entanto, o Prefeito de Valência, Joan Ribó, corrigiu o vereador para a Proteção do Cidadão na segunda-feira, 11 de maio, já que assegurou que não via "uma clara aglomeração de pessoas" na praça onde está localizada a Basílica da Virgem.

"Não parece de forma clara que exista uma concentração ou uma aglomeração muito grande de pessoas e, certamente, aglomerações semelhantes podem ser vistas em outras áreas de Valência", disse o prefeito de Valência e enfatizou que a imagem da Virgem "não foi retirada da Basílica”.

Segundo a Arquidiocese de Valência, o Cardeal Cañizares agradeceu "especialmente" essas palavras do Prefeito e assegurou que se dirigiu a ele pessoalmente "e, nessa perspectiva, continuaremos".

O Cardeal Cañizares também destacou que "sempre demonstramos nossa colaboração máxima com as autoridades autônomas e locais, particularmente atendendo atentamente às indicações que as autoridades sanitárias e do governo nos indicam para o Estado de Alarme em relação à pandemia da COVID-19".

A Arquidiocese de Valência tornou públicas as disposições desde o início do Estado de Alarme e anunciou a colaboração com as autoridades regionais e locais, oferecendo instalações e ações para atender os mais necessitados.

Coleta de assinaturas

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Ao mesmo tempo, iniciou-se uma coleta de assinaturas dirigida à delegada do governo em Valência (Espanha), Gloria Calero, para que a denúncia contra o Cardeal Cañizares pela celebração da festividade da Virgem dos Desamparados seja arquivada.

No pedido de assinaturas, convocado pela plataforma MásLIbres.org, asseguram que a denúncia apresentada pela Prefeitura de Valência contra a Arquidiocese de Valência é "por acontecimentos manipulados que nunca ocorreram".

"Dom Cañizares não expôs a imagem da Virgem dos Desamparados em nenhum momento nas vias públicas, nem realizou nenhum chamado à congregação de fies, de modo que em nenhum momento transgrediu as recomendações sanitárias”, asseguram.

E recordam que "o que a Prefeitura está tentando perseguir com esta denúncia é a manifestação religiosa espontânea de uns poucos cidadãos presentes no centro da cidade, que mostraram seu carinho pela padroeira de Valência e seu hino regional”.

Por isso destacam que "reinterpretar as normas e usá-las para restringir os direitos fundamentais de grupos específicos, como o dos cristãos, é abusivo e discriminatório".

Por isso, pedem que “intervenha com urgência para arquivar esta denúncia municipal contra a Arquidiocese de Valência”.

Até agora, mais de 48 mil pessoas aderiram a essa petição.

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Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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