Juba, 15 de mai de 2020 às 11:00
Enfermeiras do Sudão do Sul precisam improvisar para que não faltem máscaras para si próprias nem para a população e buscam responder criativamente a diferentes desafios na luta contra o coronavírus no país africano.
Na Mary Ward Primary Health Care Clinic, administrada pelas Irmãs de Loreto, na Diocese de Rumbek, um grupo de enfermeiras faz suas próprias máscaras e as de seus pacientes para se protegerem do coronavírus.
“Todos estão apreensivos por causa da chegada do coronavírus. Fazemos o melhor que podemos para nos preparar, mas nossos recursos são limitados. Estamos improvisando. Nossas estagiárias estão aprendendo a costurar e estão fazendo suas próprias máscaras e também para a comunidade local”, disse à ACI África a irmã Orla Treacy, que administra a clínica.
A religiosa de origem irlandesa explicou que, para superar a doença, é importante enfrentar os desafios culturais locais, como evitar apertar as mãos para cumprimentar, já que não fazê-lo "é considerado um ato no qual se ignora a dignidade da outra pessoa", disse. Outro problema é o distanciamento social, já que no país as famílias costumam compartilhar as refeições em uma única bandeja.
Além disso, continuou, “nossa comunidade enfrenta muitos desafios diariamente. A fome, a insegurança e as doenças fazem parte do dia a dia. Para os idosos, o coronavírus é apenas mais uma doença que vamos enfrentar e acreditam que vamos superá-lo assim como superamos as dificuldades da vida”.
Além do serviço no centro de saúde, as enfermeiras da clínica usam a Good News Radio, da diocese de Rumbek, para informar sobre o coronavírus em dois idiomas locais: Dinka e Jur Beli.
"As enfermeiras compuseram um poema para ajudar as pessoas a se lembrarem de lavar as mãos e do distanciamento social", comentou a irmã Treacy, que trabalha no Sudão desde 2006.
Para comemorar o Dia Internacional das Enfermeiras, em 12 de maio, seis delas, oito em capacitação e profissionais de saúde, estão oferecendo o serviço de clínica móvel em diferentes comunidades de Rumbek.
Por outro lado, a religiosa explicou que há na comunidade "uma preocupação de que a malária seja esquecida, já que todos estão focados no coronavírus".
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Por sua vez, os bispos da África do Sul enviaram uma saudação às enfermeiras por seu dia, principalmente por sua entrega e sacrifício.
"Unimo-nos ao presidente Cyril Ramaphosa e a todo o país ao agradecer às enfermeiras da África do Sul por estarem na linha de frente na resposta à COVID-19, onde demonstraram seu heroísmo e sacrifício", disseram os prelados em seu comunicado.
"Além do tratamento aos infectados, as enfermeiras prestaram o apoio tão necessário aos moribundos e àqueles que perderam seus entes queridos por causa desta doença”, destacaram os bispos da África do Sul, onde, pelo menos, 500 profissionais de saúde testaram positivo ao coronavírus, dos quais alguns morreram.
"Lamentamos esses heróis e oferecemos nossas orações por eles, suas famílias e colegas na linha de frente", destacaram.
Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) May 15, 2020