LONDRES, 9 de jun de 2020 às 10:30
A partir de 15 de junho, as igrejas na Inglaterra poderão reabrir suas portas para a oração pessoal, depois de mais de 80 dias de fechamento devido à pandemia de coronavírus.
No entanto, as Missas públicas permanecerão suspensas até que o governo registre um risco mínimo de propagação do coronavírus, que já matou mais de 40 mil vidas no Reino Unido até o momento.
Em uma declaração de 7 de junho, o presidente da Conferência dos Bispos Católicos da Inglaterra e do País de Gales, Cardeal Vincent Nichols, agradeceu ao primeiro-ministro, Boris Johnson, e outros funcionários por permitirem que a Igreja dê o primeiro passo em direção à retomada das Missas públicas.
O Purpurado assinalou que esse primeiro passo é necessário para a total reabertura das igrejas, acrescentando que será "bem recebido por muitos, que esperam com grande paciência desde 23 de março".
"Agradeço a todos por essa paciência. É importante que todas as precauções sejam tomadas para garantir que as normas dadas para essa abertura limitada sejam totalmente atendidas, especialmente por aqueles que entram em nossas igrejas", afirmou.
O Cardeal Nichols indicou que as igrejas irão abrindo de acordo com os regulamentos locais. No entanto, "é uma grande bênção, para as pessoas e para o benefício de todos na sociedade, que as portas da Igreja estejam novamente abertas para todos aqueles que desejam rezar pela paz e pela graça de que precisamos hoje".
“Este primeiro passo nos permite aprender e nos preparar para o pleno uso de nossas igrejas, para a celebração da Missa e outros sacramentos. Esperamos por esse momento com profundo desejo, mas com uma compreensão paciente de que proteger a saúde de nossa sociedade, especialmente os mais vulneráveis ”, é uma prioridade, acrescentou.
Essa disposição foi feita entre os funcionários do Governo e os líderes religiosos por meio do Places of Worship Taskforce (Grupo de trabalho de Locais de Culto), liderado pelo Secretário das Comunidades, Robert Jenrick, e pelo Ministro da Fé, Stephen Greenhalgh.
Em uma declaração de 7 de junho, o Ministério da Habitação, Comunidades e Governo Local indicou que "esta medida reconhece os benefícios para a saúde espiritual e mental" que representa o poder rezar nos locais de culto.
"Uma nova guia será publicada em breve para garantir que a reabertura limitada dos locais de culto possa ser realizada com segurança e de acordo com as pautas de distanciamento social".
Além disso, o Ministério indicou que esta nova guia recomendará a limpeza dos espaços compartilhados, a desinfecção das mãos na entrada e saída dos templos, e proibirá o uso compartilhado de objetos, como tapetes ou textos religiosos.
"O Governo continuará a colaborar com o grupo de trabalho para a reabertura total dos locais de culto assim que o assessoramento científico permitir", disse.
O Bispo de Shrewsbury, Dom Mark Davies, juntou-se ao Cardeal Nichols no agradecimento à decisão do governo.
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Em uma declaração datada de 8 de junho, Dom Davies indicou que "está satisfeito com o fato de o Governo ter reconhecido a oração e o culto como uma prioridade", que são fundamentais "para o bem comum e para a reconstrução da sociedade" após a quarentena.
"Cada igreja se erige como um convite para rezar e foi um dos aspectos mais dolorosos da quarentena nacional, ver as portas das igrejas fechadas e bloqueadas, enquanto as pessoas procuravam lugares de oração e a presença de Cristo no Santíssimo Sacramento", assinalou.
"A abertura da igreja para a oração particular será o primeiro passo para a celebração pública da Missa e dos sacramentos", acrescentou.
Durante a crise do coronavírus, o Governo permitiu que as igrejas organizassem funerais, sob condições estritas, e transmitissem liturgias ao vivo, mas não realizassem batizados ou casamentos.
O Cardeal Nichols pressionou o Governo com uma série de declarações públicas para definir uma data para a reabertura das igrejas.
Em uma entrevista de rádio, em 14 de maio, pediu "um pouco mais de sensibilidade do Governo" para as necessidades dos católicos. Em sua homilia no domingo de Pentecostes, em 31 de maio, perguntou-se por que as salas de exposição de carros podiam reabrir antes das igrejas.
Outros bispos ingleses também fizeram declarações públicas para a reabertura das igrejas, incluindo o Arcebispo de Southwark, Dom John Wilson; o Bispo de Plymouth, Dom Mark O'Toole; e o Bispo de Portsmouth, Dom Philip Egan.
Da mesma forma, os leigos também levantaram suas vozes no pedido de reabrir igrejas. Um vídeo de leigos católicos pedindo a reabertura das igrejas teve mais de 10 mil visualizações desde que foi publicado em 22 de abril.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) May 26, 2020