BOGOTÁ, 6 de jul de 2004 às 18:09
O Cardeal Pedro Rubiano Saénz, Arcebispo de Bogotá e Presidente da Conferência Episcopal Colombiana, convidou a guerrilha das “Forças Armadas Revolucionárias de Colômbia” (FARC) a dar “sinais de boa vontade” com os seqüestrados que mantém sob seu poder.
“A Igreja insiste na necessidade de um acordo humanitário com as FARC, ao que assistem razões de legalidade e razões de dignidade humana”, disse o Presidente do Episcopado em um discurso aos bispos do país pronunciado ontem.
O Cardeal Rubiano condenou o seqüestro como ato de violência e convidou a guerrilha a manifestar sua vontade de paz com atos significativos que demonstrem ao país que as FARC sim querem acabar com o sofrimento do povo colombiano.
O Presidente da CEC pediu às partes “antepor as razões humanitárias sobre as razões jurídicas, e inclusive políticas” para que fiquem em liberdade todas as pessoas retidas ilegalmente a raiz do conflito armado e por outras razões.
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Mas o Purpurado advertiu que não se trata de fazer uma “troca” de seqüestrados pelas FARC por rebeldes presos, já que isso “seria colocar preço na pessoa humana”.
As FARC mantém sob seu poder uns vinte políticos e mais de trinta membros da força pública, a quem quer libertar em troca da soltura de centenas de rebeldes.
Uma comissão da Igreja reuniu-se duas vezes nas selvas do sul do país com chefes guerrilheiros para administrar um acordo humanitário, mas a ofensiva militar que agora se desenvolve na zona com o nome de “Plano Patriota” complicou novos contatos.
“Foi criado com a operação Patriota um muro que nos impediu uma aproximaçãoo. Entretanto, a Colômbia é grande, e estamos buscando formas de nos encontrarmos acima da operação Patriota”, afirmou o Vice-presidente da Conferência Episcopal, Dom Augusto Castro, que com o Pe Darío Echeverri, conformam a comissão eclesial que busca abrir pontes entre o governo e as FARC.