O Bispo Gustavo Zanchetta retornou ao seu cargo no Vaticano, apesar de estar no meio de um julgamento na Argentina acusado de crimes de abusos sexuais e crimes financeiros.

Segundo informou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, à CNA - agência em inglês do Grupo ACI -, Dom Zanchetta voltou ao seu trabalho no Vaticano enquanto "permanece disponível às autoridades judiciais da Argentina”.

Matteo Bruni disse que o trabalho de Zanchetta na Administração do Patrimônio da Sé Apostólica (APSA) "não interfere de forma alguma nas investigações".

Dom Zanchetta, ex-bispo de Orán (Argentina), foi acusado de "abuso sexual continuado com agravante" contra dois seminaristas adultos, além de peculato. O Prelado negou os fatos.

As denúncias contra Dom Zanchetta foram apresentadas no final de 2018. O bispo foi suspenso de seu cargo de assessor da APSA durante a investigação canônica, anunciada em janeiro de 2019.

Em 20 de janeiro de 2019, a agência Associated Press (AP) informou sobre a existência de um relatório com declarações do ex-vigário de Dom Zanchetta, Pe. Juan José Manzano, no qual assegurava que, desde 2015, o Vaticano sabia sobre as denúncias contra o ex-bispo de Orán.

Nesse mesmo relatório, Pe. Manzano negava que o Pontífice e o Vaticano tivessem qualquer intenção de encobrir ou mentir sobre as denúncias contra Dom Zanchetta, e assegurava que as autoridades do Vaticano haviam sido vítimas de manipulação por parte do bispo acusado.

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Segundo o jornal El Tribuno de Salta, três seminaristas teriam sofrido abusos por parte de Dom Zanchetta. “Três tiveram a coragem de denunciar e deixaram o seminário. Outros dez foram manipulados psicologicamente para se calarem sobre os abusos que viram”, assegura a fonte citada pelo jornal.

O mesmo jornal informa que os abusos, denunciados à Nunciatura Apostólica em Buenos Aires, teriam ocorrido no durante festas “que ele organizava às sextas-feiras com seminaristas. Lá, além disso, ele lhes dava álcool”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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