Em 9 de junho, um ataque a uma aldeia na Nigéria deixou mais de 80 mortos e acredita-se que os responsáveis ​​sejam militantes afiliados ao grupo terrorista islâmico Boko Haram.

Segundo os meios locais, um sobrevivente do ataque à aldeia de Faduma Kolomdi, localizada a nordeste do estado nigeriano de Borno, disse que os homens pediram que os moradores entregassem suas armas e se ofereceram para pregar para eles um sermão antes do ataque.

“Reuniram-nos e disseram que queriam nos dar um sermão religioso. Eles nos pediram para apresentar as armas que tínhamos. Alguns moradores entregaram suas pistolas, arcos e flechas", disse o sobrevivente em uma entrevista com um funcionário do governo.

“De repente, começaram a atirar. Inclusive as crianças e as mulheres não se salvaram, muitos deles receberam tiros a curta distância”, acrescentou o sobrevivente.

Além dos mortos, outras 13 pessoas ficaram feridas e outras sete, entre as quais o líder da aldeia, foram sequestradas, juntamente com o gado. O ataque durou aproximadamente seis horas, a partir das 10h até 16h. Os atacantes fugiram depois que a Força Aérea da Nigéria atirou neles de um avião de combate.

O governador de Borno, Babagana Zulum, pediu ao exército do país que intensifique seus esforços para combater os grupos extremistas. Zulum visitou a aldeia de Faduma Kolomdi, na quarta-feira, e se encontrou com os sobreviventes do ataque.

Zulum citou os repetidos ataques do grupo islâmico Boko Haram e de suas organizações e exigiu que os militares adotem medidas mais agressivas.

"No ano passado, quase o mesmo número de pessoas foram mortas em Gajiram em um ataque semelhante ao que ocorreu nesta aldeia", disse Zulum.

"A única solução para acabar com este massacre é desalojar os insurgentes nas margens do lago Chade. Fazer isso exigirá colaboração em esforços regionais”, acrescentou.

Em um comunicado divulgado na quarta-feira, o diretor interino de relações públicas do Exército nigeriano, Coronel Sagir Musa, disse que o ataque foi causado pelo Boko Haram e pelo Estado Islâmico da Província da África Ocidental (ISWAP), e que medidas serão tomadas para "Rastrear e prender ou neutralizar os autores".

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"Desejamos reiterar que o exército nigeriano está comprometido em investigar as circunstâncias desses ataques insensíveis realizados por criminosos e bandidos do Boko Haram contra civis inocentes", acrescentou.

“Garantiremos que as medidas apropriadas sejam tomadas para mitigar quaisquer incidentes futuros. Enquanto agradecemos os nigerianos por sua compreensão, imploramos a todos que continuem apoiando e cooperando com as tropas no desempenho de suas tarefas”, ressaltou Musa.

O ataque é o mais recente de uma série de assassinatos e sequestros na Nigéria, frequentemente realizados por um grupo islâmico contra a população cristã. Na semana passada, um pastor cristão e sua esposa grávida foram mortos em sua fazenda na região nordeste do país.

De acordo com um relatório da International Society for Civil Liberties and the Rule of Law (Intersociety), mais de 600 cristãos foram mortos em 2020, os cristãos foram decapitados, as fazendas incendiadas e sacerdotes e seminaristas foram sequestrados.

Em janeiro, militantes sequestraram quatro seminaristas católicos do Seminário Bom Pastor em Kaduna, dos quais um foi assassinado, Michael Nnadi. Em 1º de março, o sacerdote nigeriano, Pe. David Echioda, foi sequestrado por homens armados depois de celebrar a Missa de domingo. Pe. Echioda foi libertado dias depois.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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