O Bispo de Ciudad Quesada (Costa Rica), Dom José Manuel Garita Herrera, pediu para deixar para trás os medos e preconceitos em torno aos migrantes e destacou que apenas o cuidado entre todos nos permitirá superar a pandemia de coronavírus.

Em seu programa “Fermento”, em 16 de junho, intitulado “Não à xenofobia”, Dom Garita mencionou a mensagem do Papa Francisco por ocasião do 106° Dia Mundial de Migrantes e Refugiados, que será celebrado em 27 de setembro, na qual exorta a abandonar os preconceitos e os medos, e afirma que "somente juntos seremos capazes de sair desta emergência".

"Os receios e os preconceitos – tantos preconceitos – mantêm-nos afastados dos outros e, muitas vezes, impedem de ‘nos aproximarmos’ deles para os servir com amor. Abeirar-se do próximo frequentemente significa estar dispostos a correr riscos, como muitos médicos e enfermeiros nos ensinaram nos últimos meses”, disse o Santo Padre.

Dom Garita assinalou que, como o Papa, a sociedade reconhece que os migrantes são "pessoas que se mudam buscando melhores condições de vida e também de trabalho", que com a pandemia de coronavírus "essas aspirações foram interrompidas" e fazendo eco de seu chamado, exortou a “deixar atrás os medos e preconceitos” em torno deles.

Nesse sentido, ressaltou que, nos últimos dias, a sociedade está passando por "acontecimentos lamentáveis ​​que geram rejeição ao outro"; no entanto, esclareceu que "isso não é novo, mas a crise de saúde que estamos enfrentando faz com que alguns desses acontecimentos se agravem". A este respeito, Dom Garita citou as palavras que disse em 2019 sobre a situação crítica dos migrantes e pediu para não esquecer que "eles são nossos irmãos".

“Muitas notícias nos chegam sobre os milhões de migrantes. E, às vezes, nossa atitude nos comentários, nossa presença nas redes sociais, ou apenas a indiferença, não contribuem de maneira alguma para promover o clima de paz e respeito que todo ser humano merece”, disse Dom Garita, em sua mensagem de 23 de Julho 2019.

Além disso, o Prelado assinalou um relatório da Organização das Nações Unidas do ano passado, no qual se informou que "mais de 70 milhões de pessoas" "foram forçadas a deixar suas casas devido à violência ou perseguição" e exortou as pessoas a se lembrarem que não são apenas números.

"Não podemos perder de vista" que "por trás dessa cifra há seres humanos" que "deixam alguns países para procurar atendimento médico, em busca de comida" e que o motivo “que os leva a deixar sua terra natal continua sendo, no meio da pandemia, o acesso a uma melhor qualidade de vida”, afirmou Dom Garita.

O Prelado também se referiu à situação dos costarriquenhos que vivem no norte, território considerado o epicentro da pandemia de coronavírus no país.

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“A situação crítica que estamos enfrentando devido à pandemia, especialmente na Zona Norte, representa nossa maior responsabilidade. Nós devemos cuidar uns dos outros. Precisamos ter uma verdadeira atitude cristã", disse.

Por isso, voltou a fazer eco da mensagem do Papa Francisco, na qual afirma que "a pandemia veio-nos recordar que estamos todos no mesmo barco " e que "o fato de nos depararmos com preocupações e temores comuns demonstrou-nos mais uma vez que ninguém se salva sozinho” e que “para crescer verdadeiramente, devemos crescer juntos, partilhando o que temos”.

Sobre a mensagem do Santo Padre, o Prelado afirmou que "cuidando uns dos outros é a melhor maneira como poderemos vencer esta doença, como poderemos superar as dificuldades e melhorar a condição da própria vida e a dos outros”.

"Que essa pandemia nos ajude a ser mais humanos, a entender as dificuldades que muitos estão enfrentando e a oferecer a mão como Jesus Cristo", concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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