Uma estátua de Frei Junípero Serra, em Palma de Mallorca (Espanha), foi vandalizada nas primeiras horas da segunda-feira, 22 de junho.

Segundo informam diversos meios de comunicação, os vândalos escreveram a palavra "racista" com tinta vermelha na base de pedra sobre a qual está a estátua e também picharam a parte inferior da escultura de bronze na qual aparece com um nativo das terras da Califórnia.

Este ataque ocorreu depois que a vereadora do partido Podemos na prefeitura de Palma, Sonia Vivas, secretária de Justiça Social, Feminismo e LGBTI, indicou em sua conta no Twitter que a estátua de Frei Junípero na cidade deveria ser removida ainda que "de maneira pacífica".

“As cidades falam através dos nomes de suas ruas, monumentos e estátuas. Contam a história política das elites e oligarquias. Os habitantes tomam a palavra em San Francisco e retiram a estátua de Junípero Serra. Em Palma, pacificamente, deveria ser igual”, afirmou.

 

Segundo destaca o jornal El Mundo, o prefeito de Palma, José Hila, do PSOE, se distanciou das manifestações da vereadora do Podemos, Sonia Vivas, que faz parte do governo da ilha.

Segundo destaca o jornal ABC, esta escultura vandalizada fica ao lado da entrada da Basílica de Sant Francesc e de uma escola, no centro da cidade de Palma, em Palma de Mallorca.

Frei Junípero Serra foi um monge franciscano que nasceu na cidade de Petra, Mallorca, em 1713, e morreu em Monterrey (México), em 1784. Foi o fundador de nove missões na Califórnia. Foi beatificado por São João Paulo II, em 1988, e canonizado pelo Papa Francisco, em 2015, na Basílica da Imaculada Conceição, em Washington (Estados Unidos).

Durante a canonização, o Papa Francisco chamou Frei Junípero de "apóstolo da Califórnia" e enfatizou que "buscava defender a dignidade da comunidade nativa".

Esse ato de vandalismo ocorreu depois que derrubaram as estátuas de Frei Junípero em São Francisco e em Los Angeles (Estados Unidos).

Os críticos assinalam que o santo é um símbolo do colonialismo europeu e que as missões foram dedicadas ao trabalho forçado dos nativos americanos, que as vezes reclamavam que Frei Junípero também era abusivo.

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No entanto, os defensores de São Junípero assinalam que, na realidade, foi um defensor dos nativos e dos direitos humanos. Destacam também que ajudou muitas pessoas nativas durante a sua vida, e que estes depois choraram pela sua morte.

Condenação dos atos pela Diocese de Mallorca

O Bispo de Mallorca, Dom Sebastià Taltavull, em nome de toda a diocese, demonstrou sua adesão e apoio à comunidade de frades da Ordem Franciscana Menor de Petra, Mallorca, “herdeiros de São Junípero Serra, bem como às pedras vivas da comunidade do município, que têm no Padre Serra um exemplo de bondade e aproximação de culturas”.

Diante dos eventos ocorridos nos Estados Unidos, Dom Taltavull também expressou solidariedade com os Arcebispos de San Francisco, Dom Salvatore Joseph Cordileone; e de Los Angeles, Dom José Horacio Gomez, assim como com a Ordem dos Franciscanos Menores, enviando cartas de apoio.

Das suas respectivas dioceses de São Francisco e Los Angeles, os prelados afirmaram em um comunicado que "lamentam e condenam que um movimento internacional renovado para curar memórias e corrigir as injustiças do racismo tenha sido sequestrado por alguns em um movimento de violência, saques e vandalismo", asseguram estes dois arcebispos dos Estados Unidos.

 

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Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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