DENVER, 6 de jul de 2020 às 14:00
Um professor e escritor católico publicou o livro "The Beer Option", que busca mostrar que a cerveja tem uma origem católica e pode ser útil na busca pela evangelização.
O diretor de Formação da Arquidiocese de Denver (Estados Unidos) e professor do Augustine Institute, Jared Staudt, realizou em seu livro "The Beer Option: Brewing a Catholic Culture Yesterday & Today” (A opção da cerveja: Destilando uma cultura católica ontem e hoje) uma profunda pesquisa sobre a história da cerveja e sua elaboração.
Nesta análise, Staudt também escreve sobre o papel dessa bebida na antiguidade e destaca como a cerveja se torna uma expressão da cultura, que deve ser apreciada em amizade e festividade, e se torna parte da expressão da vida monástica.
Em uma entrevista ao National Catholic Register (NCR), Staudt relatou que cresceu em uma família afastado da fé católica. No entanto, há 25 anos, sentiu o chamado de Deus à conversão, ao qual respondeu prontamente.
Depois da minha conversão, mergulhei em aprender sobre a tradição da Igreja. Primeiro li o diário de Santa Faustina e depois os escritos do Papa João Paulo II, a Bíblia, o Catecismo e a vida dos santos”, afirmou.
Quando ainda estava no ensino médio, passou um ano como estudante de intercâmbio na Polônia, onde se sentiu atraído por seus santos incríveis e experimentou uma imersão cultural de sua fé.
"Eu costumava caminhar por toda parte", assinalou. “Eu andava pela cidade todos os dias e amava as belas igrejas católicas barrocas. Eu me apaixonei pela história e a arte católicas”, acrescentou.
Staudt iniciou sua carreira de professor há onze anos, com um foco determinado em ajudar as pessoas a viver sua fé formando professores e líderes em história, arte e cultura da Igreja.
"Meu objetivo é construir cultura, fazendo com que toda a nossa vida seja moldada pela fé", acrescentou.
Nesta busca, Staudt destacou que foi influenciado pelos beneditinos e "seu papel na reconstrução da cultura ocidental", para escrever seu livro e criar "The Beer Option", que considera que pode atrair pessoas para a cultura católica.
"Parte do que os monges fizeram foi estabelecer uma produção de cervejas em grande escala na Europa e refinar seus métodos, como no mosteiro de St. Gallen, na Suíça, que tinha três cervejarias", indicou. "Os monges também foram os primeiros a usar lúpulo nas cervejas para dar sabor e preservá-las", acrescentou.
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Staudt observou que os beneditinos ofereceram a cerveja a peregrinos e hospitais, e assinalou que a usaram nos pobres e doentes porque suas cervejas eram saudáveis.
"Forneceu uma bebida saudável e nutritiva", disse. "Santa Hildegarda escreveu sobre suas qualidades medicinais", acrescentou.
Além disso, explicou que o objetivo do livro é que as pessoas entendam o potencial da cerveja para a renovação cultural, conectando-se com as tradições católicas, fortalecendo a economia local, criando espaços para celebração e evangelização.
“Podemos evangelizar através da cerveja, atraindo as pessoas para falar sobre a fé em um ambiente mais confortável. Podemos surpreender as pessoas, mostrando-lhes como a cerveja tem uma linhagem católica e como a fé pode entrar em todos os elementos de nossas vidas", concluiu.
Finalmente, Staudt assinalou que, com base no legado beneditino, os monges trapistas ainda são considerados os melhores cervejeiros do mundo e incentivou a experimentar a Birra Nursia, a cerveja monástica feita por monges norte-americanos que vivem em Núrsia (Itália), cidade natal de São Bento, que estão usando os lucros para reconstruir seu mosteiro devastado por um terremoto em 2016.
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Publicado originalmente em NCR. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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