O Patriarca Caldeu, Cardeal Louis Raphael Sako, declarou à agência de notícias Asia News que a decisão da Suprema Corte turca de converter o atual museu Santa Sofia, anteriormente uma catedral, em mesquita é "muito triste e dolorosa".

O Cardeal Sako uniu-se às palavras do Papa Francisco sobre a decisão das autoridades turcas de modificar o status da antiga basílica cristã.

"Nestes tempos de coronavírus, o mundo precisa da solidariedade humana para enfrentar a pandemia, não de conflitos e tensões em uma região onde todos os dias morrem tantas pessoas”, declarou o Patriarca Sako a Asia News.

Ele também assegurou que a decisão de Atarturk de transformar Santa Sofia em museu em 1935 "na época foi 'corajosa'" porque "depois do genocídio armênio, foi um forte sinal de uma perspectiva de convivência e salvaguarda da herança comum" dos cristãos e dos muçulmanos.

Por isso, descreveu que “é grave que o presidente turco não tenha considerado o respeito pelos sentimentos dos bilhões de cristãos no mundo, esquecendo o que eles fizeram pelos muçulmanos. Conceder aquela que era uma igreja apenas à oração islâmica é um ato grave”.

Nesse sentido, o Patriarca Caldeu enfatizou à Asia News que Santa Sofia é “um símbolo de convivência Islamo-Cristã. A igreja se tornou uma mesquita, até hoje era um museu para que todos pudessem visitar. Essa decisão contraria a tolerância entre as religiões, enquanto é imperativo buscar o diálogo para espalhar a tolerância e a convivência entre diversas religiões”.

Além disso, o Cardeal Sako assegurou que o Ocidente "político e cristão" mostrou-se "fraco e não fez sentir a sua voz". Uma atitude que descreveu como tímida e que favorece conflitos e violência no "Iraque, Síria, Líbano e Iêmen".

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Do mesmo modo, enfatizou que é "grave e impróprio politizar a religião para seus próprios fins", especialmente destacou que o próprio Maomé garantiu no pacto com os cristãos que "não é necessário transformar uma igreja em mesquita. Isso dizia no século VII".

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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