MADRI, 14 de set de 2005 às 17:56
O presidente da Confederação Católica Nacional de Pais de Família e Pais de Alunos (CONCAPA), Luis Carbonel, qualificou de “áspera patranha” que a ministra de Educação e Ciência, María Jesus San Segundo, fale de liberdade de ensino na Espanha e lamentou o pouco respeito aos milhões de pessoas que reclamam o direito constitucional de escolher o centro educativo para seus filhos, atualmente ameaçado pelo projeto de lei Orgânica de Educação (LOE).
Trata-se de um “patranha” que a ministra fale de liberdade de ensino. "É lamentável que a ministra tenha pouca consideração e respeito às famílias que pedimos um direito recolhido na Constituição, o direito a escolher centro".
"É falso que as famílias tenham a eleição garantida de centro educativo. Muitas famílias ficam cada ano sem poder matricular a seus filhos em colégios consertados. Esta lei pode supor o fechamento destes colégios e a conseguinte perda de empregos ou sua privatização, que implicará ter que pagar pelo ensino de nossos filhos", declarou Carbonel a Europa Press.
As declarações do representante dos pais de família se deram logo depois de que San Segundo afirmasse que a LOE não põe em perigo a liberdade de eleição de centro educativo para os pais, mas sim "o que não existe em nossa normativa é a liberdade dos centros para escolher aos alunos".
Segundo Carbonel, a ministra e o presidente do Governo, José Luis Rodríguez Zapatero, "perderam credibilidade". "Estamos cansados de ouvir falar em consenso e diálogo e sabemos que é uma grande mentira", acrescentou.
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Para ilustrar, lembrou que "em menos de 24 horas" trataram-se mais de duas mil emendas apresentadas pela CONCAPA e pelo Sindicato de Estudantes em Pleno do Conselho Escolar do Estado assim como o fato do projeto ter sido aprovado embora a oposição da maioria das associações educativas.
"A ministra não se interessa para nada com o que importa à sociedade. Não se levou em conta para nada os 3,2 milhões de assinaturas recolhidas pela CONCAPA a favor de que a religião confessional seja uma disciplina avaliável e computável a todos os efeitos. São muitos os exemplos que demonstraram que esta lei nasceu para um pacto de Educação que não se conseguiu", adicionou.
Próxima manifestação multitudinária
Assim, para Carbonel "a sociedade espanhola não pode permitir-se esta lei desastrosa que vai trazer degradação educativa". Por isso, anunciou, as organizações do mundo educativo sairão à rua proximamente contra o projeto da LOE formando um "frente comum". "Esta semana falamos por telefone e em breve teremos a data da manifestação, o lema e os objetivos estipulados", declarou.
"Queremos uma manifestação aberta, em que participe toda a sociedade espanhola pedindo retirada da lei. Desejamos uma boa educação para nossos filhos", concluiu Carbonel.