NOVA IORQUE, 22 de jul de 2020 às 15:00
A filial de Nova York da Planned Parenthood reconheceu o “legado racista” de sua fundadora Margaret Sanger e dará outro nome às suas instalações devido ao seu apoio à eugenia. A organização continuará fazendo abortos.
"A remoção do nome de Margaret Sanger do nosso edifício é necessária e chega tarde ao considerar nosso legado e reconhecer a contribuição da Planned Parenthood ao dano reprodutivo histórico em comunidades de cor", disse nesta terça-feira Karen Seltzer, chefe do Conselho de Administração de Planned Parenthood of Greater New York (PPGNY) em um comunicado de imprensa publicado no site da organização.
O edifício agora será chamado de "Manhattan Health Center" (Centro de Saúde de Manhattan)
A PPGNY é a maior filial da Planned Parenthood no país.
"As preocupações de Margaret Sanger e sua defesa pela saúde reprodutiva estão claramente documentadas, assim como seu legado racista", disse Seltzer, que afirmou que há "muitas evidências" de que Sanger apoiava a eugenia.
A eugenia é a teoria de que a qualidade de vida da espécie humana pode ser melhorada, desencorajando as pessoas a terem filhos se elas tiverem defeitos ou características genéticas consideradas socialmente indesejáveis, inclusive através da coerção. A Igreja Católica rejeita a eugenia.
Seltzer também disse que a eugenia "é totalmente contrária aos nossos valores na PPGNY" e "remover o nome (de Sanger) é um importante passo adiante, representando assim quem somos como organização e a quem servimos".
Além de remover o nome Sanger do edifício, PPGNY procura alterar a placa da rua que designa a área como "Margaret Sanger Square".
De acordo com o relatório anual da organização, em 2018, a Planned Parenthood realizou 345.672 abortos nos Estados Unidos e recebeu 616 milhões de dólares em empréstimos e reembolsos do governo.
Em 2016, o Instituto Gutmacher revelou que as mulheres negras sofreram 28% dos abortos no país, enquanto que a população afro-americana era de 13%.
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Em Nova York, a Planned Parenthood teve que enfrentar várias acusações de racismo sistemático. A CEO de PPGNY saiu recentemente da empresa após várias denúncias de maus-tratos aos trabalhadores negros e por ter um estilo de liderança "Trumpiano".
Sanger apoiou diferentes organizações extremistas como a Ku Klux Klan (KKK), algo que a Planned Parenthood reconheceu em 2016, em um texto no qual destacavam que a fundadora de PPFA era um produto de seu tempo e que sua perspectiva era amplamente disseminada e aceita.
"Não queremos que se difunda a notícia de que queremos eliminar a população negra", escreveu Sanger em uma carta de dezembro de 1939 ao Dr. Clarence Gamble sobre seu "Projeto Negro", com o qual buscava desaparecer com a população afro-americana nos Estados Unidos através de políticas de controle de natalidade.
"A coisa mais misericordiosa que uma família numerosa faz com um de seus bebês é matá-lo", escreveu Margaret Sanger em seu livro de 1920 "A maldade de criar famílias numerosas".
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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