A seção italiana da fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) informou que um tribunal no Paquistão reconheceu como menor a Huma Younus, uma católica que foi sequestrada em 2019, obrigada a se converter ao Islã e a se casar com seu sequestrador, Abdul Jabbar, quando tinha 14 anos.

Em sua conta no Twitter, a ACN Itália informou em 22 de julho que um tribunal no Paquistão "ordenou que o sequestrador e os cúmplices compareçam" perante o tribunal em Karachi.

"O Tribunal reconheceu a adolescente como menor!" que agora tem 15 anos, destacou a fundação que acompanha e ajuda a família de Huma.

Que o tribunal de Karachi tenha reconhecido Huma como menor é importante porque permite continuar com o processo contra o sequestrador e seus cúmplices.

Em março, a mãe de Huma, Nagheeno Younus, advertiu que os juízes anteriores estavam esperando “o tempo passar até que [Huma] faça 18 anos, para que possam encerrar o caso”.

ACN assinalou em março que, embora tenham demonstrado através de exame médico ordenado pela justiça que Huma Younus é menor, os juízes não a libertaram, nem prenderam seu sequestrador.

“Todos os anos, cerca de mil meninas e mulheres cristãs e hindus são sequestradas do mesmo modo no Paquistão. A isso se soma a falta de tutela das autoridades judiciais, que muitas vezes são influenciadas pela pressão social”, afirmou Alessandro Monteduro, diretor da ACN na Itália, em junho.

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Lamentavelmente, "os cristãos, em sua maioria, são analfabetos e não conhecem seus próprios direitos" e, além disso, "são muito pobres para suportar os gastos legais para levar o caso aos tribunais", explicou Yabassum Yousaf, advogada de Huma à ACN, em 2019.

Portanto, "é fácil para os sequestradores, muitas vezes até mesmo os agentes de polícia, além de desanimar os pais, indicam aos sequestradores escapatórias legais", acrescentou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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