Cidade do México, 4 de ago de 2020 às 12:20
Amparo Espinosa Rugarcía é presidente da associação Pelo Direito a Morrer com Dignidade (DMD) do México desde 2009, mas depois de fazer um mestrado em bioética e aprender sobre cuidados paliativos, sua visão de "morrer com dignidade" mudou radicalmente.
“Dirijo uma associação pelo direito a morrer. Quando comecei em 2009, tinha muito claro o que queria trabalhar no México: legalização, eutanásia e suicídio assistido por medicação. Não tinha dúvidas, mas aconteceu algo que me fez começar a refletir sobre a missão da associação: foram testemunhos que li sobre processos de morte de familiares”, explicou Amparo Espinosa.
Ela chegou ao Mestrado em Bioética pela Universidade Católica de Ávila (UCAV) e pela Universidade San Pablo CEU, buscando aprofundar seus conhecimentos sobre bioética, uma vez que "todos esses testemunhos tinham o mesmo denominador de que não lhes tirava a dor. Não se mencionam os cuidados paliativos, as pessoas no México têm medo de falar sobre tranquilizantes porque pensam que se tornarão viciadas e os médicos têm medo porque as drogas são um tabu".
"Nesta situação, cheguei a questionar minha abordagem inicial: morrer com dignidade equivale à eutanásia?", assegurou.
E na Universidade Católica de Ávila (Espanha), descobriu a importância dos cuidados paliativos.
"Existem muitas novas maneiras de ver a morte digna que certamente são diferentes da eutanásia e do suicídio assistido por medicamentos", especificou.
Além disso, enfatizou que no México "a primeira coisa seria promover os Cuidados Paliativos, porque não existem. Dos 32 estados, em 7 não há”.
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“Estou muito feliz por ter chegado a esse mestrado, meu foco mudou drasticamente. Elevo os Cuidados Paliativos a outro nível”, assegurou e garantiu que há espaço para a especialização de médicos e enfermeiras, mas também para a formação de familiares, que não sabem como se aproximar a um familiar doente.
É, segundo Amparo Espinosa, "uma mudança de atitude em relação à morte".
Esse mestrado foi para a presidente da associação Pelo Direito a Morrer com Dignidade (DMD) do México “uma experiência transformadora, felizmente. Isso me mudou de maneira radical e é algo extraordinário, porque estou em uma idade em que poucas coisas podem nos mudar, pois temos nossas ideias fixas e ao cursar este mestrado e ouvir as professoras, foi uma experiência extraordinária”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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