BEIRUTE, 7 de ago de 2020 às 10:04
A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) enviou um comunicado informando sobre a oferta de uma ajuda emergencial de 250 mil euros através de pacotes de alimentos para os afetados pela explosão de 4 de agosto, em Beirute (Líbano).
#Libano A @FundacaoAIS vai enviar ajuda de emergência às vítimas da explosão https://t.co/U3VjeVHxvD e apela à oração pelas vítimas e suas famílias.#PrayForLebanon pic.twitter.com/DK6jK2Y0eA
— Fundação AIS | ACN Portugal (@FundacaoAIS) August 5, 2020
Esta ajuda da ACN irá para as famílias mais afetadas pelo terrível acidente que devastou a área portuária da capital do Líbano e vários bairros próximos, alguns deles com maioria cristã, como Mar Maroun ou Achrafieh.
Pelo menos 135 pessoas morreram e outras 5 mil ficaram feridas após a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio de um armazém.
O sacerdote carmelita Raymond Abdo, parceiro de projetos da ACN no Líbano, diz que “a explosão parecia uma bomba atômica com fumaça vermelha em todos os lugares e enormes danos".
Pe. Samer Nassif, sacerdote libanês, garantiu à ACN que a área cristã de Beirute está "completamente devastada", com pelo menos 10 igrejas destruídas
Segundo informam da ACN, cerca de 300 mil pessoas ficaram desabrigadas. Escritórios, escolas, hospitais, lojas, "os meios de subsistência ficaram totalmente destruídos pela explosão".
Pe. Nassif também assegurou que “em um segundo, mais danos ao bairro cristão de Beirute foram causados do que ao longo dos anos da guerra civil. Decerto temos que construí-lo novamente do zero”.
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Ambos os sacerdotes asseguram que, após a longa crise econômica e o coronavírus, o Líbano está mal equipado para lidar com a emergência e precisa urgentemente de ajuda internacional para as necessidades básicas do povo.
A Fundação Pontifícia também destaca que o Líbano está passando pela pior crise econômica em décadas, com uma depreciação monetária sem precedentes, hiperinflação, aumento do desemprego e restrições bancárias. O sistema de saúde também está em crise. Os cortes de eletricidade e os protestos nas ruas haviam sacudido o país uns meses antes da pandemia de coronavírus.
O Cardeal Bechara Boutros Rai, Patriarca Maronita, presidente da Conferência de Patriarcas e Bispos Católicos do Líbano, fez um apelo "aos países do mundo" e afirmou que "Beirute é uma cidade devastada. Uma catástrofe a abateu devido à misteriosa explosão que ocorreu em seu porto. Beirute, a noiva do Oriente e o farol do Ocidente, está ferida. É uma cena de guerra sem guerra. Destruição e desolação em todas as suas ruas, bairros e casas".
O Líbano é o único país do Oriente Médio com uma grande presença e representação cristã. Nos últimos anos, vinha acolhendo um grande número de refugiados sírios e iraquianos, muitos deles cristãos e também palestinos há décadas. Segundo dados oficiais, o Líbano atualmente hospeda quase dois milhões de refugiados, representando cerca de um terço da sua população total.
Ajuda à Igreja que Sofre também faz um chamado à oração pelas vítimas e por suas famílias. Seguindo as palavras expressas na última audiência geral pelo Papa Francisco: “Rezemos pelas vítimas e suas famílias. Rezemos pelo Líbano, para que, com o compromisso de todos os seus componentes sociais, políticos e religiosos, possa enfrentar este momento trágico e doloroso e, com a ajuda da Comunidade internacional, superar a grave crise que está atravessando”.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Líbano: Cardeal pede ajuda aos governos e à ONU diante da desolação e destruição em Beirute https://t.co/t762Ftmgcg
— ACI Digital (@acidigital) August 6, 2020