REDAÇÃO CENTRAL, 18 de ago de 2020 às 06:00
Santo Alberto Hurtado quis imitar Jesus nas coisas simples de cada dia, como Cristo se dedicou aos pobres e órfãos e se preocupou em dar-lhes uma vida digna. Caracterizou-se pela sua fortaleza, generosidade e entrega incondicional a Deus.
Alberto Hurtado Cruchaga nasceu no da 22 de janeiro de 1901, em Vinha del Mar (Chile), no seio de uma família cristã. Seus pais, Alberto Hurtado e Ana Cruchaga viviam em um campo próximo à localidade de Casablanca. Na fazenda As Pereiras do Tapihue, Alberto passou seus primeiros anos de vida.
Quando tinha quatro anos de idade, seu pai faleceu deixando a sua mãe responsável por ele e seu irmão Miguel. Ana não tinha condições econômicas para criar seus dois filhos, então teve que vender a fazenda e mudar-se para Santiago onde foram acolhidos pelos seus familiares.
Em 1909, ingressou no Colégio Santo Inácio, onde se destacou por ser um bom companheiro, entusiasta e alegre. Foi neste lugar que começou a manifestar sua vocação ao sacerdócio.
Entretanto, a difícil situação econômica da sua mãe o impedia de realizar o seu sonho de entrar na Companhia de Jesus. Quando terminou o colégio, estudou direito na Pontifícia Universidade Católica do Chile. Para ajudar a sua família, trabalhava à tarde e colaborava na paróquia Virgem de Andacollo nas suas horas livres.
Nesses anos, Alberto nunca perdeu a esperança e rezava com confiança a Deus para que lhe permitisse ser sacerdote. Em 1923, suas orações foram ouvidas e conseguiu ingressar no seminário. Em 1933, foi ordenado sacerdote na Bélgica.
O santo regressou ao Chile em 1936. Imediatamente começou a trabalhar como professor no Colégio Santo Inácio. Dedicou-se a orientar os meninos e jovens que procuravam sua companhia e seus conselhos. Seu carisma com os jovens era tão grande que ultrapassou os limites do colégio e foi nomeado assessor da Ação Católica Juvenil.
Junto com seus colaboradores percorreu a pátria inflamando os corações juvenis com o desejo de lutar pela glória de Cristo.
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O Lar de Cristo
Em uma noite, encontrou um pobre doente abandonado nas ruas e, em outra noite, viu um grupo de crianças que dormiam perto do rio Mapocho. Comoveu-se e reconhecia o rosto de Cristo em cada um deles. Por isso, decidiu ajudá-los. Pediu aos seus paroquianos que o apoiassem com todas as esmolas que fossem possíveis. Assim, reuniu dinheiro, joias e terrenos. Graças a estas doações fundou sua grande obra: o Lar de Cristo.
Com seu incansável amor, percorria as ruas em sua caminhonete para recolher os pobres e crianças e levá-los ao “Lar de Cristo”, onde lhes dava um leite quente e para que pudessem dormir em uma cama confortável.
Sempre tinha um novo projeto em suas mãos, uma nova casa de acolhida para as crianças, oficinas de formação, mais camas para as hospedarias. Também fundou várias oficinas para educar os jovens e capacitá-los para que conseguissem um trabalho digno. Apesar da incompreensão de muitos, sempre encontrava força para continuar servindo a Cristo.
Também publicou livros e deu conferências sobre o sacerdócio, os problemas da adolescência, a educação, a ordem social e o catolicismo. Fundou a revista Mensagem e várias para a Ação Sindical Chilena.
Apesar da quantidade de tarefas impostas, nunca deixou de oferecer Direção Espiritual. Com seu melhor sorriso, recebia e escutava seus “patrõezinhos”.
Tinha 51 anos quando foi diagnosticado com câncer. Apesar das fortes dores de sua doença, continuou trabalhando por Cristo na cama do Hospital Clínico da Universidade Católica. Até o final da sua vida, manteve-se alegre e contente, sempre dando uma palavra de esperança e apoio àqueles que o visitavam. Sempre repetia: “Contente, Senhor, contente”.
Partiu para a Casa do Pai no dia 18 de agosto de 1952. Em 16 de outubro de 1994, São João Paulo II beatificou o Pe. Alberto Hurtado. Foi canonizado no dia 23 de outubro de 2005 pelo Papa Bento XVI.