Juba, 12 de ago de 2020 às 13:20
Dois atentados no Sudão do Sul deixam nove crianças mortas em menos de um mês, situação que levou os líderes religiosos do país africano a condenar os atos de violência e pedir intervenção externa.
Um dos incidentes foi o assassinato, em 1º de agosto, de três irmãos de quatro, sete e nove anos, cujos corpos sem vida foram encontrados em sua casa em Juba, onde, segundo informações, estavam vendo televisão. Um assassinato que comoveu e entristeceu os líderes católicos do país.
Em sua mensagem de 6 de agosto, o Conselho de Igrejas do Sudão do Sul (SSCC) condenou veementemente o assassinato das crianças, qualificando-o de "bárbaro".
"Este é um ato bárbaro, atroz e demoníaco que não pode ser tolerado", indicaram os funcionários do SSCC, descrevendo as crianças como um maravilhoso dom de Deus.
Em um comunicado assinado por sete confissões cristãs, incluindo a Igreja Católica, recordam que “as crianças devem ser amadas, protegidas, alimentadas e cuidadas pela comunidade e pela sociedade; não devem ser aproveitadas, negligenciadas ou abusadas”.
"Também rezamos ao Deus todo-poderoso para que console a família no luto neste momento tão difícil de perda”, assinalaram os funcionários do SSCC.
O incidente, amplamente condenado pelos prelados católicos do país, foi o assassinato de seis crianças que faziam parte de um grupo de 32 fiéis sequestrados em uma catedral no Sudão do Sul.
Relatos dos meios de comunicação indicaram que outros 20 fiéis ficaram feridos quando homens armados não identificados invadiram o complexo da Diocese Anglicana de Athooch, no estado de Jonglei, em 27 de julho.
Durante o fim de semana, o Conselho Mundial de Igrejas (CMI) juntou-se ao SSCC e à Conferência de Igrejas de Toda a África (AACC) para condenar os recentes assassinatos violentos de pessoas no Sudão do Sul e, portanto, pediu o fim da brutalidade no país.
Sobre o ataque à catedral da Igreja Episcopal do Sudão do Sul (ECSS) na Diocese de Athooch, os oficiais do CMI expressaram profundo pesar e ofereceram condolências e orações pelas famílias das vítimas.
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“É particularmente angustiante que os agressores tenham matado todas as crianças que sequestraram no monte. São almas inocentes que não têm ideia do que se trata o conflito e matá-las é muito cruel", indicaram.
“Rezamos por suas famílias, seus amigos e toda a comunidade que lamenta esta perda. Recebam nosso mais sentido pêsame”, acrescentaram
Os funcionários do SSCC também pediram a todas as partes em conflito no Sudão do Sul que condenem todo tipo de violência e se abstenham de usá-la para destruir seus concidadãos.
Além disso, pediram aos organismos regionais e internacionais, à Comunidade da África Oriental (CAO), à Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD), à União Africana (UA) e ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para considerar os ataques como um ataque à paz mundial.
Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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