WASHINGTON DC, 17 de set de 2020 às 15:00
No último fim de semana, a Netflix registrou o maior número de cancelamentos de assinaturas dos últimos anos, depois da polêmica gerada pela estreia de “Cuties” (Mignonnes, em seu original em francês), filme acusado de promover a pedofilia por sexualizar as meninas protagonistas
De acordo com os dados da empresa YipitData compartilhados com a revista Variety, “as taxas de abandono de assinantes da Netflix começaram a aumentar em 10 de setembro, um dia após o lançamento de 'Cuties' na Netflix, quando a hashtag '#CancelNetflix' estava no lugar de maior tendência no Twitter”.
"No sábado, 12 de setembro, a taxa de cancelamento da Netflix nos EUA saltou para quase oito vezes os níveis diários médios registrados em agosto de 2020, atingindo a maior alta dos últimos anos", disse a empresa que analisa os dados sobre o comportamento de milhões de consumidores norte-americanos.
Da mesma forma, destacou que, como “a hashtag #CancelNetflix continua sendo uma tendência nas redes sociais, é possível que o alto índice de abandono continue nos próximos dias”.
YipitData não forneceu estimativas do número de clientes que cancelaram a assinatura do serviço e a Netflix também não informou sobre a situação.
Cuties é um filme escrito e dirigido pela franco-senegalesa Maïmouna Doucouré. Estreou originalmente no Festival de Cinema de Sundance de 2020, em janeiro deste ano, e começou a ser transmitido na Netflix em setembro.
Antes de sua estreia, milhares de usuários de redes sociais protestaram contra o filme. A Netflix foi especialmente criticada por promover uma "cultura da pedofilia" com o filme, já que a descrição - posteriormente modificada - dizia ser a história de um grupo de meninas de onze anos que "dançam sensualmente".
“Amy tem onze anos e quer pertencer a um grupo de meninas da sua idade que dançam sensualmente, por isso começa a explorar a feminilidade e a desafiar a sua família religiosa”, afirma a sinopse.
Da mesma forma, foi criticada a imagem do cartaz que acompanhava o texto, descrita como inadequada por inúmeros usuários. Na imagem se vê quatro meninas com poucas roupas de cor azul e em poses de danças eróticas.
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A Netflix pediu desculpas publicamente pela sinopse, assim como pela imagem do poster, que considerou como "imagens inadequadas", mas não removeu o filme.
Em 11 de setembro, o senador do Partido Republicano pelo Estado do Texas, Ted Cruz, pediu ao procurador-geral dos Estados Unidos que investigasse se a Netflix e Cuties "violaram alguma lei federal contra a produção e distribuição de pornografia infantil".
Até o momento, uma campanha lançada na plataforma CitizenGO coletou mais de 230 mil assinaturas rejeitando Cuties, exigindo que a Netflix "retire esta produção altamente ofensiva".
Para participar da campanha de assinaturas do CitizenGO exigindo que a Netflix remova Cuties de seu serviço, você pode entrar AQUI.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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— ACI Digital (@acidigital) September 14, 2020