O Bispo de Coimbra, Dom Virgílio do Nascimento Antunes, publicou uma nota pastoral por ocasião dos 700 anos do culto da Imaculada Conceição em Portugal, antes mesmo da definição dogmática proclamada pelo Papa Pio IX, em 1854.

“No dia 17 de outubro de 1320, o bispo de Coimbra, D. Raimundo Evrard, institui a festividade da Conceição de Maria, isto é ‘o dia em que a Virgem Gloriosa Santa Maria, foi concebida’, e manda que se celebre todos os anos a 8 de dezembro na Basílica de Santa Maria de Coimbra, hoje, a Sé Velha”, recorda o Prelado em sua nota pastoral.

Segundo assinala Dom Virgílio, “ainda longe de encerradas as discussões teológicas acerca da Imaculada Conceição da Virgem Maria, que durou muitos séculos, estava já, de algum modo, a fazer-se o caminho que culminaria na definição dogmática proclamada pelo Papa Pio IX, em 1854”.

“Portugal, à semelhança de outras nações da Europa, insere-se de tal modo nesse percurso, espontâneo e popular, por um lado, académico e doutrinal, por outro, acerca de Maria que, a proclamação da Imaculada Conceição como sua rainha e padroeira pelo rei D. João IV, em 1646, é ponto de chegada de um caminho já feito e abertura para uma filial história futura”, ressalta.

Nesse sentido, o Bispo lança um convite a “toda a comunidade diocesana” para que, “em momento tão significativo e festivo”, faça de tudo “para revigorar o culto devido à Mãe de Deus e nossa Mãe, invocada sob o título de Imaculada Conceição”.

“Celebremos festivamente e aproveitemos este tempo de graça para colher tudo o que Maria tem para nos ensinar como Mestra da fé, Estrela da Evangelização, Testemunha de Santidade no Seu amor a Cristo e à Palavra de Deus, Serva Fiel do Senhor, Modelo e Imagem da Igreja, que acolhe o Espírito Santo”, afirma.

Programa comemorativo

Em uma coletiva de imprensa na quinta-feira, 17 de setembro, foi apresentado o programa comemorativo dos 700 anos do culto da Imaculada Conceição, celebração que, para Dom Virgílio, “é um momento de muita relevância para a história e para a vida” de Coimbra e de Portugal.

“A partir deste lugar tão emblemático e tão significativo cresceu, desenvolveu-se, propagou-se o culto da Imaculada Conceição em Portugal. Com certeza fazendo-se eco do que já ia acontecendo em vários países da Europa”, declarou.

Por sua vez, o vigário-geral e vice-presidente do Cabido da Diocese de Coimbra, cônego Pedro Carlos Lopes de Miranda, destacou na apresentação do programa que o “núcleo vital” é a nota pastoral de Dom Virgílio Antunes e também a Santa Missa no dia 8 de dezembro, na Sé Velha.

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Trata-se, explicou, da “celebração da fé, celebração da fé da Igreja nesta verdade que pelo Espírito Santo lhe é revelada da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria”.

De acordo com a Agência Ecclesia, do episcopado português, ainda no dia 8 de dezembro haverá um concerto, com colaboração de vários coros de Coimbra, às 18h30,na antiga igreja do convento de São Francisco.

Outro ponto central do programa será o Colóquio “700 anos do culto da Imaculada Conceição em Portugal”, que acontecerá em 17 de outubro.

Conforme explicou o professor António Rebelo, membro da Comissão Científica do Colóquio, este evento “pretende divulgar e esclarecer todos os interessados, não apenas o meio acadêmico, mas todos aqueles que se interessam do ponto de vista cultural pela parte religiosa, devocional à Imaculada Conceição, mas também pela parte histórica, relacionada a nível da cidade de Coimbra com esta devoção e depois se propagou a todo o pais”.

O colóquio, ressalta Ecclesia, terá lotação presencial, limitada, sujeita a inscrição prévia gratuita – pelo email 700imaculada@gmail.com – e vai ser transmitido online pela Diocese de Coimbra.

A programação contará ainda com a exposição “Imaculada”, no Museu Nacional de Machado de Castro, que trará, segundo a diretora Ana Alcoforado, um “percurso iconográfico” com “obras de diferentes épocas e tipologias”, que explicam “de que forma se associam ao culto e explicando a sua iconografia”.

Por sua vez, presidente da União de Freguesias de Coimbra, João Francisco Campos, adiantou que pretendem  inaugurar um monumento com uma estátua à Imaculada Conceição, do escultor Alves André, e “colocá-la num local onde as pessoas a possam venerar, onde possa haver um culto ao público”.

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