WASHINGTON DC, 24 de set de 2020 às 10:55
Após a morte da juíza da Suprema Corte, Ruth Bader Ginsburg, em 18 de setembro, especula-se que o presidente Donald Trump nomearia como sua substituta Amy Coney Barrett, uma juíza católica, professora da Escola de Direito Notre Dame e mãe de sete filhos que serve atualmente no Tribunal de Apelações do Sétimo Circuito dos Estados Unidos.
Quem é Amy Coney Barrett? Isso é o que você precisa saber:
Fama: Ela foi questionada como profissional por causa de sua fé
Barrett se tornou uma figura nacional em setembro de 2017, quando a senadora Dianne Feinstein, uma democrata da Califórnia, a questionou sobre sua fé católica durante sua audiência de confirmação.
"Por que tantos de nós deste lado temos essa sensação desagradável de que dogma e lei são duas coisas diferentes? Acho que qualquer religião tem seu próprio dogma. A lei é totalmente diferente”, disse Feinstein.
“Acho que, no seu caso, professora, quando lemos seus discursos, a conclusão à qual chegamos é que o dogma vive fortemente em você. E isso é algo preocupante”, acrescentou.
Pouco mais de duas semanas depois de Barrett ter sido confirmada no Sétimo Tribunal de Apelações do Circuito, foi adicionada à lista de possíveis candidatos à Suprema Corte do presidente Donald Trump, e houve rumores de que seria uma das finalistas para substituir o juiz Anthony Kennedy, que se aposentou do cargo em 2018.
Embora o presidente tenha escolhido o juiz Brett Kavanaugh naquele momento, apareceu um relatório em 2019 no qual Trump disse que estava "guardando" Barrett para preencher uma possível vaga em caso de falecimento ou aposentadoria da juíza Ginsburg, membro mais idosa do tribunal naquele ano. Após a sua morte, mais uma vez se pensa que Barret poderia ocupar um cargo no tribunal mais alto do país.
Vida pessoal: Excelente profissional e família numerosa
Barret nasceu em Nova Orleans e cresceu como a mais velha de sete irmãos, formou-se no Rhodes College e, depois, recebeu uma bolsa integral para a Faculdade de Direito Notre Dame, onde se formou como a melhor de sua turma.
Foi assistente jurídico do juiz Laurence Silberman e do juiz da Suprema Corte, Antonin Scalia. Depois, dedicou-se a exercer sua profissão de forma privada. Em 2002, voltou para a Faculdade de Direito de Notre Dame para lecionar e em 2010 tornou-se professora.
Desde a morte de Ginsburg, Barrett tem sido investigada por causa de sua fé católica e do tamanho de sua família, já que a juíza católica e seu marido têm sete filhos, dois dos quais foram adotados no Haiti após o devastador terremoto de janeiro de 2010.
Catolicismo: Associação com People of Praise
Após a sua última nomeação judicial, as críticas a Barrett incidiram sobre o tamanho de sua família e sua fé católica, o que resultou na rejeição de alguns comentaristas e a tornou uma figura popular entre muitos católicos.
“Era de se esperar que, tendo se envergonhado de si mesmos da última vez depois de atirar sua lança contra a juíza Barrett para atacar sua religião, desta vez tivessem mais cuidado para expor seu preconceito em público. Mas não”, disse Robert George, professor da Princeton University, no Twitter.
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Durante as audiências de confirmação de Barrett, muitos se perguntaram sobre a associação de Barrett com a organização leiga People of Praise (Povo do Louvor).
Os meios de comunicação qualificaram People of Praise como um "culto" e criticaram a organização por uma prática, modificada desde então, que consistia em chamar líderes de "cabeças" e "donzelas", que são referências a passagens bíblicas.
O Arcebispo de Southwark e membro da organização, Dom Peter Smith, disse à CNA, agência em inglês do Grupo ACI, que People of Praise foi fundada em 1971 como parte de um “grande surgimento de ministérios e movimentos leigos na Igreja Católica” após o Concílio Vaticano II.
O grupo começou com 29 membros que formaram uma aliança ou acordo, não um juramento, de seguir princípios comuns, como dar cinco por cento da renda anual ao grupo e se reunir regularmente para projetos espirituais, sociais e de serviço.
As comunidades da aliança, protestantes e católicas, surgiram na década de 1970 como parte do movimento da Renovação Carismática do Cristianismo nos Estados Unidos.
Dom Smith esclareceu que, embora a maioria dos membros de People of Praise sejam católicos, o grupo é oficialmente ecumênico; ou seja, pessoas de várias denominações cristãs podem se unir. Os membros do grupo são livres para frequentar a igreja de sua escolha, incluindo diferentes paróquias católicas.
O que vai acontecer depois?
Na segunda-feira, 21 de setembro, o presidente Donald Trump anunciou que espera nomear o novo membro da Suprema Corte no fim de semana, após o memorial e os serviços funerários da juíza Ginsburg.
O caixão de Ginsburg ficará na Suprema Corte até quinta-feira, 24, e na sexta-feira, 25, será transladado para o pórtico do Salão Nacional de Estátuas do Capitólio dos Estados Unidos para que o público possa vê-lo.
Segundo a tradição, os antigos assistentes jurídicos de Ginsburg serão os portadores honorários do caixão, que será enterrado ao lado do caixão de seu marido em uma cerimônia privada no Cemitério Nacional de Arlington.
Publicado originalmente em CNA.
Confira também:
Juíza católica e mãe de 7 filhos pode ser nomeada para a Suprema Corte dos EUA https://t.co/4GwB7tp3tf
— ACI Digital (@acidigital) September 21, 2020