Abuja, 25 de set de 2020 às 11:30
No dia 23 de setembro, o Bispo da Diocese de Yola, Dom Stephen Dami Mamza, recebeu o “Prêmio ao Herói da Paz” por seu trabalho exemplar na Nigéria, o país mais populoso da África.
Sowers International, uma organização cristã com sede na Nigéria que promove a paz na África e na Ásia, anunciou os nomes dos premiados em 21 de setembro, que é o Dia Internacional da Paz.
O pastor e presidente da Sowers International, Nicodemus Ozumba, disse que Dom Mamza, de 50 anos, foi homenageado como Embaixador da Paz "por suas muitas contribuições e apoio para a promoção da paz e da unidade" durante um período muito difícil para o estado de Adamawa.
“É uma honra bem merecida, porque ele [Dom Mamza] assumiu o cargo em um momento em que a paz era frágil e os conflitos comunitários, as crises políticas e as diferenças atingiam seu ponto mais alto no estado”, assinalou à imprensa local.
“Sem desanimar, Mamza se manteve como um campeão, um símbolo e um epítome da paz no estado, porque buscou a paz com sinceridade, diligência, integridade e temor a Deus”, destacou.
Em 2011, Dom Mamza, que também é presidente da Associação Cristã Nigeriana (CAN, na sigla em inglês) no estado de Adamawa, foi nomeado bispo quando rebeldes do grupo terrorista islâmico Boko Haram atacaram o estado.
Os atos de violência mais destacados são os seguintes: Em janeiro de 2012, ataques contra civis, empresas, delegacias de polícia e repartições públicas causaram a morte de 180 pessoas; em novembro de 2015, um atentado suicida contra um mercado causou a morte de 30 pessoas; e em dezembro de 2016, dois atentados suicidas resultaram em 57 mortes.
É importante destacar que o pico das insurgências ocorreu em 2013 e que, em resposta, o presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, declarou estado de emergência nos estados de Adamawa, Borno e Yobe. Um ano depois, foi relatado que o estado de Adamawa era o lar de cerca de 400 mil pessoas deslocadas pela violência perpetrada pelo Boko Haram.
Diante disso, Ozumba disse que Dom Mamza conseguiu reconstruir "pontes quebradas e paredes rachadas" com muito sacrifício para que "reine a paz na cristandade e no estado em geral".
“Ele se tornou um lápis nas mãos de Deus para manter o estado no caminho certo e em paz. Ele tem demonstrado firmemente sua opção por uma paz genuína em todos os momentos, independentemente de quem sofre", acrescentou.
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Outros personagens premiados foram Alhaji Gambo Jika, presidente do Capítulo Adamawa do Conselho Muçulmano da Nigéria; Amos Jika Yakubu, Bispo da Diocese de Yola para a Igreja Luterana de Cristo na Nigéria; e Ahmadu Umaru Fintiri, Governador do Estado de Adamawa.
Por sua vez, Dom Mamza agradeceu a organização cristã pelo reconhecimento e prometeu "continuar buscando a paz, porque sem paz não haverá desenvolvimento na cristandade, nem no Estado".
Referindo-se ao tema do Dia Internacional da Paz deste ano “Formar juntos a paz”, o Prelado convidou as pessoas a questionarem se estão realmente “contribuindo para a paz com suas ações e omissões” e se “conhecem e entendem a essência ou a importância da paz”.
O Prelado pediu também fez um chamado para se questionarem sobre se “uma paz duradoura é inevitável em todas as sociedades” e se “estamos trabalhando e convivendo juntos e em paz” ou “sendo armas de guerra ou de paz”. Nesse sentido, desafiou os cristãos e muçulmanos do estado a continuarem pregando a paz, pois só ela pode promover a unidade do povo de Deus.
No início de 2020, Dom Mamza exortou os políticos nigerianos a pararem de usar partidos políticos para dividir e criar inimizade entre os cristãos e afirmou que é possível “estar em diferentes partidos políticos e permanecer uma só mente e um só coração”.
O Prelado também organizou outros líderes cristãos e declarou três dias de jejum e oração “para pedir a intervenção de Deus em face dos recentes assassinatos no estado de Adamawa”. A última morte foi a de Lawan Andimi, pastor protestante e presidente da CAN na área de Michika, Adamawa, assassinado em 20 de janeiro por terroristas do Boko Haram.
Publicado originalmente em ACI África. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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