Ao celebrar neste dia 9 de novembro os 31 anos da queda do Muro de Berlim, é importante recordar o papel fundamental de São João Paulo II na queda dos regimes totalitários comunistas na Europa Oriental.

“Na verdade 50% da queda do muro está relacionada a João Pablo II, 30% à Solidariedade e Lech Walesa, e apenas 20% ao resto do mundo. Essa era a verdade naquela época e é a verdade agora”, afirmou Walesa em 2009.

Walesa, líder político polonês e cofundador do partido Solidariedade, ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1983, devido aos seus esforços pela democracia e acabar com a tirania comunista em Polônia, sua terra natal.

O Muro de Berlim começou a ser construído em 1961, mas os problemas remontam ao final da Segunda Guerra Mundial.

Depois que terminou o regime nazista, os aliados dividiram o controle de Berlim, a capital da Alemanha, assim como o país: o lado oriental ficou nas mãos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o lado ocidental sob o controle dos Estados Unidos, Reino Unido e França.

Berlim ficou inteiramente dentro do lado soviético, mas dividida pela metade.

O muro foi construído como um esforço do regime soviético para impedir a fuga do território que controlavam para o lado ocidental e democrático. Deste modo, a estrutura se tornou um símbolo da chamada “cortina de ferro” entre os países ocidentais e a URSS e seus países satélites.

Mas, um ponto fundamental da queda do regime soviético ocorreu quando São João Paulo II foi eleito Papa, em outubro de 1978.

Para Walesa, antes do pontificado de São João Paulo II, “o mundo estava dividido em dois blocos” e “ninguém sabia como se livrar do comunismo”.

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“Em Varsóvia (Polônia), em 1979, ele (São João Paulo II) simplesmente disse: ‘Não tenham medo’ e logo rezou: ‘Que o teu Espírito desça e mude a imagem da terra... desta terra’”.

O movimento Solidariedade, sob a liderança de Walesa e a inspiração do Papa, chegou a aglomerar mais de um terço dos trabalhadores da Polônia e teve um papel fundamental no fim do comunismo nesse país, assim como no resto da URSS.

Em um comentário póstumo pela morte de São João Paulo II em 2005, o historiador britânico Timothy Garton Ash, agnóstico liberal, indicou que, embora “ninguém possa provar de forma conclusiva que ele (São João Paulo II) foi a principal causa do fim do comunismo”, “as figuras mais importantes de todos os lados”, entre eles, o falecido ex-presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, “estão de acordo que ele foi”.

“Sem o Papa polonês, não haveria ocorrido uma revolução de Solidariedade na Polônia em 1980; sem Solidariedade, não teria acontecido nenhuma mudança dramática na política soviética em relação à Europa Oriental sob (Mikhail) Gorbachov; sem essa mudança, não teria ocorrido uma revolução em 1989”, na Checoslováquia.

Em 9 de novembro de 1989, depois que as autoridades soviéticas permitiram a passagem do leste para o oeste de Berlim, começaram a demolir o muro. Em 1991, Mikhail Gorbachov dissolveu a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Um fragmento do Muro de Berlim é preservado no Santuário de Fátima, como símbolo de agradecimento à Virgem Maria por guiar “com carinho maternal” os povos “à liberdade”.

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