O Arcebispo de San Juan, Dom. Roberto González Nieves, expressou sua "consternação, indignidade e tristeza pela maneira" com que agentes do FBI deram morte ao líder independentista Filiberto Ojeda Rios, mas pediu aos portorriquenhos não reagir com violência.

"Queria apelar ao coração humano e à consciência de todos e cada um dos irmãos e irmãs portorriquenhos, a não deixar-se tentar pela violência e que tomemos todos o único caminho que conduz à verdadeira liberdade, o caminho estreito e árduo do amor e o perdão", expressou o Prelado.

Através de um comunicado, Dom. González assinalou que as circunstâncias em que Ojeda Rios morreu "despertarão grandes questionamentos sobre a legalidade e justiça destes acontecimentos".

Entretanto, o Arcebispo chamou o povo a não agir de maneira violenta, porque esta é "estéril, inútil e, no final, impotente na luta pela justiça, a paz e a liberdade". Acrescentou que a violência deve ser rejeitada "em qualquer de suas manifestações" porque ela "sempre gera violência; a intolerância produz intolerância; o ódio, ódio".

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Os fatos

Na sexta-feira, 24 de setembro, agentes da Bureal Federal de Investigações dos Estados Unidos (FBI), rodearam a casa onde Ojeda Rios, que estava na clandestinidade desde 1990, estava alojado. Embora estivesse sendo procurado pelo roubo de 7, 2 milhões de dólares de um caminhão do Wells Fargo em Connecticut em 1983, Ojeda era conhecido como líder independentista de Porto Rico.

Segundo o agente especial do FBI a cargo de Porto Rico, Luis Fraticelli, os efetivos atuaram em defesa própria diante dos disparos de Ojeda Rios, que "abriu a porta da frente da residência e abriu fogo contra os agentes".

Entretanto, os resultados da autópsia revelaram que morreu por falta de atendimento médico e não por causa dos disparos. Héctor Pesqueira, porta-voz do Movimento Independentista Nacional Hostosiano e médico que esteve presente na autópsia realizada em Filiberto Ojeda, afirmou que "o deixaram morrer", logo depois de que um franco-atirador o feriu.

As circunstâncias que rodeiam este fato geraram protestos em diversos setores da sociedade portorriquenha.