O Papa pede que se defenda valores humanos frente às "ideologias seculares destrutivas"

VATICANO, 27 de set de 2005 às 17:19

Em uma mensagem dirigida a vários líderes religiosos, especialistas e embaixadores de mais de 40 países reunidos na Turquia com motivo do "Encontro de Civilizações", O Papa Bento XVI ressaltou a importância da primazia da dignidade da pessoas frente ao perigo de que na era da globalização se percam os valores humanos fundamentais por causa de "ideologias seculares destrutivas".

Assim o fez saber o Santo Padre através de uma mensagem enviada pelo Secretário de estado Vaticano, Cardeal Angelo Sodano, aos organizadores da Conferência Internacional que se celebra em Antióquia de 25 a 30 de setembro, fazendo votos para que os participantes do evento "possam aprofundar na determinação de celebrar –no patrimônio espiritual e cultural de cada um– aqueles valores que reconhecem a centralidade da pessoa e promovem o entendimento mútuo, o respeito e a paz".

"É algo particularmente urgente em uma era de globalização, em que pode haver o perigo de que os valores humanos fundamentais fiquem sacrificados em nome do progresso ou de que se percam por causa de ideologias seculares destrutivas", expressou o Santo Padre, ressaltando a importância da primazia da dignidade da pessoa, que centra sempre o coração de toda verdadeira civilização".

Na mensagem lida em domingo passado na inauguração da cúpula, Bento XVI fez um chamado para "encontrar os meios e as estruturas que assegurem o respeito incondicional de toda vida humana, em toda sua riqueza".

"Que todos tenham acesso a uma vida digna. Que a segurança seja para todos. Que os jovens sejam formados na verdade e com ideais nobres. Que as comunicações culturais floresçam. E que se proteja a liberdade religiosa, incluindo a das minorias", acrescentou.

Por último, o Pontífice reiterou os laços que unem a cidade de Antióquia com os seguidores de Jesus Cristo, onde pela primeira vez lhes chamou cristãos, indicando que a mensagem do Evangelho não se circunscreve só a um povo, mas sim supera todos os limites étnicos e culturais. "É uma mensagem de reconciliação e de paz segundo o plano do Todo-poderoso para com a humanidade", precisou.