O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), Dom José Ornelas, defendeu nesta quarta-feira, em Fátima, medidas que assegurem “a superação da crise” gerada pela pandemia de coronavírus.

Em seu discurso de abertura da 199ª Assembleia Plenária da CEP, o também Bispo de Setúbal classificou como “preocupante” a atual “situação de pandemia em que se encontra o país e o mundo”, a qual exige, segundo ele “redobrados cuidados da parte de todos e medidas que assegurem a superação da crise, em todas as dimensões humanas, sociais e espirituais que ela afeta”.

Dom Ornelas assegurou que a pandemia de Covid-19 será “um dos temas fundamentais” da Assembleia da CEP, que acontece até sexta-feira, na Casa Nossa Senhora das Dores, em Fátima, e é realizada de forma presencial e on-line.

O Prelado recordou que na última reunião da CEP, em junho, “os bispos refletiram e publicaram um documento sobre a dimensão econômico-social das consequências da pandemia e sobre os desafios que se colocam a toda a humanidade”.

“A reflexão continua nesta sessão, lançando o olhar mais próximo sobre a realidade e os desafios do presente e as perspectivas de futuro, que a crise representa para toda a Igreja; concretamente para a Igreja em Portugal”, indicou.

O presidente da CEP observou que a pandemia “paralisou e ainda continua a impedir dramaticamente o normal desenrolar das atividades da humanidade” e que “requer atitudes e medidas de caráter sanitário, social, econômico, cultural e espiritual”.

“Precisamos urgentemente de vacinas e de tratamentos eficazes, mas não somos apenas organismos doentes do coronavírus. Somos pessoas que precisam de integrar o sofrimento, os esforços e sacrifícios e a beleza dramática da solidariedade num sentido de viver e num caminho de futuro”, declarou.

Nesse sentido, Dom Ornelas sustentou que tudo vivido em decorrência da pandemia, “mesmo tantos erros e atitudes irresponsáveis” devem levar a mudanças, “desabrochar num mundo, numa sociedade, numa economia, numa Igreja mais solidários, mais atentos, com mais esperança”.

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“Temos de voltar a socializar, temos de voltar às nossas igrejas, mais humanos, mais fraternos, mais crentes e consequentes ao Deus que caminha com a humanidade, sempre atento aos mais frágeis e sempre promotor de renovação e de esperança”, acrescentou.

Além disso, o Prelado assinalou como, nos últimos meses, “a Igreja em Portugal procurou ser sinal de esperança”. “Nunca se fechou com medo nem comodismo, mas tomou as medidas necessárias para evitar a expansão da pandemia, afirmando, na palavra e no comportamento, que é possível viver e celebrar juntos, com a contenção e as medidas necessárias, reafirmando a própria fé, traduzida na atitude responsável de cuidar uns dos outros e do mundo no seu conjunto”.

Desse modo, recordou a “criatividade” que levou a usar os meios de comunicação social como recurso frente às limitações; além da “sensibilidade para assistir quem precisa”.

“Sinal de esperança foi a dedicação dos sacerdotes, diáconos e de tantas e tantos cristãos que têm permitido manter e desenvolver as celebrações e os contatos, estar com os mais isolados e atender os que mais perderam com a pandemia”, indicou, ressaltando ainda o fato de que “inúmeros jovens tenham despertado para uma participação ativa na vida das comunidades, através dos serviços em que foram participando, com especial relevo no acolhimento, nas plataformas de redes sociais e na assistência a quem precisa”.

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