Após o assassinato de Padre Adriano da Silva Barros no mês passado, o Bispo da Diocese de Caratinga (MG), Dom Emanuel Messias de Oliveira, convocou o clero diocesano e religioso para uma reunião extraordinária, na qual refletiram sobre a morte do sacerdote e publicaram uma carta de repúdio à violência.

Pe. Adriano da Silva Barros, de 36 anos, foi encontrado morto, em 14 de outubro, em Manhumirim, com o corpo carbonizado e sinais de ferimentos que, segundo a Polícia Militar, podem ter sido provocados por facadas.

O encontro do clero aconteceu em 4 de novembro, na Paróquia São Simão, em Simonésia (MG), onde Pe. Adriano era vigário. Estiveram presentes mais de 70 clérigos entre padres e diáconos.

De acordo com a Diocese de Caratinga, na ocasião, o Bispo dirigiu palavras paternais de encorajamento aos padres e também lhes orientou sobre cuidados a serem considerados nestes tempos difíceis.

Ao final, foi assinada a Carta ao Povo de Deus, por meio da qual se reconhecem “perplexos e profundamente sensibilizados” diante da “morte violenta” de Pe. Adriano.

“A brutalidade covarde de que foi vítima esse nosso irmão Sacerdote, ordenado presbítero apenas pouco mais de cinco meses antes de sua morte, choca por representar o grave nível de degradação moral e humana da qual padece nossa sociedade, imersa numa cultura de morte que destrói vidas e traz sofrimentos e traumas inexprimíveis”, afirmam.

Em seguida, expressam com “veemência” o “absoluto repúdio à violência crescente em nosso meio, em suas mais diversas incidências”. Além disso, manifestam “proximidade espiritual a todos que também são vítimas das consequências diretas desta delinquência voraz que parece sem fim”.

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“Seguidores de Jesus Cristo, violentamente morto, mas, sobretudo, ressuscitado e glorioso no Espírito Santo, professamos a fé na Vida Eterna, promessa de salvação, ofertando ao Pai o testemunho espiritual de nosso irmão, Padre Adriano, a fim de que contemple, pela misericórdia divina, a glória do Céu, assegurada aos que lhe guardam fidelidade”, assinalam.

Na carta, também declaram “o perdão genuíno aos responsáveis por esse mal imposto ao nosso irmão Presbítero, intercedendo-lhes a conversão dos corações, para que, cumprindo a necessária reparação estabelecida pela justiça dos homens, busquem reconciliar-se com o Senhor”.

Além disso, em nome “dos familiares do Padre Adriano”, agradecem pelas diversas manifestações de solidariedade recebidas e manifestam o “reconhecimento” da atuação das autoridades policiais, “cujo empenho em trazer soluções rápidas esteve, desde o começo, fundamentado nos princípios éticos e humanísticos que sempre caracterizaram suas instituições”.

Por fim, assinalam que esperam que “a Páscoa precoce de nosso irmão, Padre Adriano, por sua ampla divulgação e justa comoção, ajude nossa sociedade a buscar caminhos efetivos de solução ao estado de violência que assola nossas comunidades, motivando aspirações a um tempo de paz, justiça e harmonia na convivência social, para o bem de todos e maior glória de Deus”.

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