Lima, 16 de nov de 2020 às 12:30
Diante da crise social e política no Peru, que já causou duas mortes em meio aos protestos, o Arcebispo Metropolitano de Piura, Dom José Antonio Eguren, fez um chamado à paz e propôs elevar orações a Deus pois a “unidade, o bem-estar e a paz do Peru valem um Terço”.
Ao presidir a Santa Missa, no dia 15 de novembro, na capela arcebispal de Piura, Dom Eguren disse que “nossa Pátria passa por momentos muito difíceis, provavelmente o mais dramático em nossos quase 200 anos de vida republicana. Soma-se a uma crise de saúde sem precedentes uma profunda crise moral, política e econômica”.
“Como país devemos apostar pelo respeito às instituições, na governança e na consolidação da democracia, pilares sem os quais a construção da sociedade se fragiliza e se destrói”, afirmou.
Em 9 de novembro deste ano, o Congresso da República do Peru destituiu, com 105 votos a favor, 19 contra e 4 abstenções, o até então presidente Martín Vizcarra alegando "incapacidade moral", após a divulgação pública de várias acusações de corrupção que seria apurada pelo Ministério Público.
O número mínimo de votos necessários para alcançar a destituição de Vizcarra era 87.
De acordo com o artigo 113 da Constituição Política do Peru, o Congresso pode destituir o Presidente, entre outras razões, por “sua permanente incapacidade moral ou física”.
Após a vacância de Vizcarra e na ausência de vice-presidentes, assumiu o governo o até então presidente do Congresso, Manuel Merino.
Enquanto vários políticos a favor de Vizcarra argumentavam que a vacância era inconstitucional, a renomada advogada constitucional Natale Amprimo Pla destacou que “a figura da vacância é absolutamente legítima”.
No entanto, o descontentamento social com a vacância de Vizcarra motivou diversas manifestações por todo o país exigindo a renúncia de Merino. Na noite de 14 de novembro, foi registrada a morte de duas pessoas em meio ao confronto entre manifestantes e a Polícia Nacional.
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O Prelado destacou que “todos somos chamados a trabalhar pela unidade e pela paz da nossa pátria, evitando todas as formas de violência. A violência nunca é um mecanismo de mudança dentro de um sistema democrático!”.
“Com a ajuda do Senhor, venceremos o mal da pandemia da Covid-19 e as outras ‘pandemias’ que nos afligem: A moral, manifestada sobretudo no mal da corrupção, o verdadeiro câncer da democracia; e a econômica, que lançou milhões de nossos irmãos na pobreza e no desemprego, e que exige de todos nós, neste momento, uma grande fantasia de caridade, assim como empregar todas as nossas melhores energias para construir uma verdadeira solidariedade que é a melhor forma de forjar um Peru mais justo e reconciliado”.
O arcebispo peruano pediu aos fiéis “que rezem intensamente esta semana pelo Peru. Podemos fazê-lo de muitas maneiras, mas especialmente com a oração do Santo Terço, essa arma espiritual, riqueza dos pobres, que é tão simples, mas ao mesmo tempo tão poderosa, fonte de tantas graças e bênçãos como foi demonstrado ao longo da história".
“Peçamos especialmente para que o Senhor da História ilumine nossos líderes neste momento, e conceda a todos os peruanos paz de espírito e a maior vontade de permanecer unidos pela esperança”, disse.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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