O Papa Francisco explicou que o Advento “é um caminho de conversão” que nos prepara “para receber o Senhor no Natal”, para o qual descreveu os dois aspectos principais deste caminho de conversão.

Assim indicou o Santo Padre neste domingo, 6 de dezembro, antes da oração do Ângelus perante os fiéis reunidos na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Em primeiro lugar, o Pontífice destacou que "a conversão envolve a dor pelos pecados cometidos, o desejo de se livrar deles, o propósito de excluí-los da própria vida para sempre" e acrescentou que "para excluir o pecado, é preciso também rejeitar tudo o que está ligado a ele: a mentalidade mundana, a superestimação do conforto, do prazer, do bem-estar, das riquezas”.

Em segundo lugar, o Papa Francisco disse que “o outro aspecto da conversão é a busca de Deus e de seu reino. O abandono do conforto e da mentalidade mundana não é por si só um objetivo, mas visa alcançar algo maior, ou seja, o reino de Deus, a comunhão com Deus, a amizade com Deus”.

No entanto, o Santo Padre reconheceu que “não é fácil, porque há tantos laços que nos mantêm próximos ao pecado: volubilidade, desânimo, malícia, ambientes nocivos, maus exemplos”.

Por isso, o Papa destacou o exemplo de São João Batista que foi "um homem austero, que renuncia ao supérfluo e busca o essencial".

Nesse sentido, o Pontífice comentou o trecho do Evangelho de São Marcos da Liturgia deste segundo Domingo do Advento (Mc, 1,1-18) que apresenta a figura de São João Batista que “assinalou aos seus contemporâneos um caminho de fé semelhante à que o Advento nos propõe, enquanto nos preparamos para receber o Senhor no Natal”, pois é “um caminho de conversão”.

Desta forma, o Santo Padre recordou que na Bíblia a palavra conversão “significa primeiro mudar a direção e a orientação; e depois também mudar a maneira de pensar" e acrescentou que "na vida moral e espiritual, converter-se significa passar do mal ao bem, do pecado ao amor de Deus".

“Isso é o que o Batista ensinava, que no deserto da Judeia proclamava “um batismo de conversão para o perdão dos pecados”. Receber o batismo era um sinal externo e visível da conversão daqueles que escutavam a sua pregação e decidiam fazer penitência. Esse batismo ocorria com imersão em água, mas era inútil sem a vontade de se arrepender e de mudar de vida”, frisou.

Nesse sentido, o Papa advertiu contra a tentação de pensar que “é impossível se converter verdadeiramente, e em vez de se converter do mundo para Deus, corre-se o risco de permanecer na 'areia movediça' de uma existência medíocre”.

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"O que podemos fazer nestes casos? Antes de tudo lembremo-nos de que a conversão é uma graça, portanto, deve ser pedida a Deus com força. Ninguém pode se converter sozinho. Nós nos convertemos verdadeiramente na medida em que nos abrimos à beleza, à bondade, à ternura de Deus. Deus não é um pai ruim, é terno, ama-nos muito, como o bom pastor…”, afirmou.

E para isso, o Santo Padre recomendou invocar a Santíssima Virgem Maria, que no dia 8 de dezembro celebraremos como a Imaculada Conceição, para nos “desapegarmos cada vez mais do pecado e da mundanização, para nos abrirmos a Deus, à Sua palavra, ao Seu amor que regenera e salva”.

A seguir, o Evangelho comentado pelo Papa Francisco:

São Marcos 1,1-8

"1.Princípio da Boa-Nova de Jesus Cristo, Filho de Deus. Conforme está escrito no profeta Isaías: 2.Eis que envio o meu anjo diante de ti: ele preparará o teu caminho. 3.Uma voz clama no deserto: Traçai o caminho do Senhor, aplanai as suas veredas. 4.João Batista apareceu no deserto e pregava um batismo de conversão para a remissão dos pecados. 5.E saíam para ir ter com ele toda a Judeia, toda Jerusalém, e eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. 6.João andava vestido de pêlo de camelo e trazia um cinto de couro em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. 7.Ele pôs-se a proclamar: “Depois de mim vem outro mais poderoso do que eu, ante o qual não sou digno de me prostrar para desatar-lhe a correia do calçado. 8.Eu vos batizei com água; ele, porém, vos batizará no Espírito Santo”.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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