BAGDÁ, 8 de dez de 2020 às 12:20
O Patriarca caldeu, Cardeal Louis Raphael Sako, disse que a Igreja no Iraque recebe com alegria a notícia da próxima viagem do Papa Francisco a este país árabe, uma visita que trará esperança aos cristãos no Oriente.
Na segunda-feira, 7 de dezembro, o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, Matteo Bruni, informou que o Papa Francisco fará uma viagem apostólica ao Iraque de 5 a 8 de março de 2021, a primeira viagem do Pontífice desde o início da pandemia de coronavírus.
O Cardeal Sako assinalou que a visita do Santo Padre significa apoio e esperança em uma situação melhor para os cristãos do Oriente, “que há tempo vivem na incerteza, no medo”.
Em entrevista à Rádio Vaticana, o Cardeal sublinhou que a Igreja recebe com alegria esta "visita tão desejada do Papa Francisco", que renovará a esperança de "uma terra tão provada pela guerra, privação e destruição, amadurece agora numa viabilidade concreta”.
“Esta visita é uma peregrinação na qual existe uma mensagem de fraternidade humana. Esta visita é um momento forte para ele anunciar a verdade. É um ato muito corajoso, especialmente neste momento”, acrescentou.
O Cardeal Sako indicou que "existe vontade por parte do governo iraquiano" em apoiar com o tema da segurança durante a visita papal.
“O presidente da República o encontrou e o convidou. Eu também enviei uma carta. Há muito tempo o Papa tinha este sonho de visitar a terra de Abraão. Agora, espero que tudo seja positivo para realizar esta visita”, acrescentou.
Finalmente, o Purpurado indicou que a fonte de força para os cristãos em todo o Oriente Médio é a fé e "não temos outros meios para nos defender a não ser a oração e a esperança".
“Somos uma minoria em dificuldade, sofremos muito durante os últimos vinte anos no Iraque. O Papa trará uma palavra profética para elevar o espírito de todos e abrir os olhos dos cidadãos iraquianos, mas também dos países vizinhos. Ele trará um novo horizonte, de fraternidade, de respeito, de convivência harmoniosa”, concluiu.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Durante a sua estadia no país árabe, o Santo Padre visitará a capital, Bagdá, a região de Ur, ligada à memória de Abraão, a cidade de Erbil, Mossul e Qaraqosh, na Planície de Nínive.
Precisamente, a região da Planície de Nínive foi a mais castigada pelos terroristas. A Planície de Nínive era o lar de muitas comunidades cristãs antes da guerra. É uma região com uma presença cristã histórica que remonta às origens do cristianismo.
No entanto, com a invasão em meados de 2014 por terroristas do Estado Islâmico, muitos cristãos fugiram de Mossul, Qaraqosh e outras cidades e vilas vizinhas, refugiando-se no Curdistão iraquiano, ao norte da planície.
A capital do Curdistão iraquiano, Erbil, tornou-se então um sinal de exílio e resistência cristã e de outras minorias religiosas, como os yazidis e os muçulmanos que contrários ao Estado Islâmico.
Com a derrota militar do Estado Islâmico em 2017, um lento retorno dos cristãos às suas casas começou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Vaticano anuncia a primeira viagem do Papa Francisco após a pandemia de coronavirus https://t.co/aAFXIxaWEN
— ACI Digital (@acidigital) December 7, 2020