Vaticano, 13 de dez de 2020 às 09:50
O Papa Francisco assinalou, durante a oração do Ângelus deste domingo, 13 de dezembro, no Vaticano, que a alegria é uma característica inerente ao cristianismo. A felicidade, explicou, mostra a proximidade do cristão com Deus: "Quanto mais perto de nós o Senhor está, maior é a alegria".
No entanto, também destacou que ser feliz não é fácil: “O caminho da alegria não é fácil, não é um passeio. É preciso trabalhar para ser feliz". E citou como exemplo João Batista, que "percorreu um longo caminho para chegar a testemunhar Jesus". “Deixou tudo, desde jovem, para colocar Deus em primeiro lugar, para escutar com todo seu coração e com todas as suas forças a Palavra”.
O Santo Padre sublinhou que “o convite à alegria é característico do tempo do Advento: a espera do nascimento de Jesus, a espera que vivemos é alegre, um pouco como quando esperamos a visita de uma pessoa que amamos muito, por exemplo, um bom amigo que não vemos há muito tempo, um parente”.
“Estamos em alegre espera. E esta dimensão da alegria emerge especialmente hoje, terceiro domingo, que se abre com a exortação de São Paulo: ‘Alegrai-vos sempre no Senhor’. Alegrai-vos. A alegria cristã”.
O Papa indicou que o motivo da alegria cristã é a proximidade do Senhor: “Quanto mais perto de nós está o Senhor, mais estamos na alegria; quanto mais longe está, mais estamos na tristeza. Esta é uma regra para os cristãos”.
O Pontífice enfatizou que “a primeira condição da alegria cristã: descentralizar-se de si e colocar Jesus no centro”, e novamente citou o exemplo de João Batista.
“João foi um líder em sua época. Sua fama se espalhou por toda a Judeia e além, até a Galileia. Mas não cedeu nem mesmo por um instante à tentação de atrair a atenção sobre si: ele sempre orientava para Aquele que estava por vir. Dizia: ‘Ele é aquele que vem depois de mim. Eu não mereço desamarrar a correia de suas sandálias’. Sempre apontando para o Senhor, como a Virgem, sempre aponta para o Senhor: ‘Fazei o que Ele disser’. O Senhor está sempre no centro, os santos, inclusive, estão fora, apontando o Senhor. E quem não aponta o Senhor, não é santo”.
Colocar Cristo no centro, continuou o Papa Francisco, “não é alienação, porque Jesus é efetivamente o centro, é a luz que dá sentido pleno à vida de cada homem e mulher que vem a este mundo. É o mesmo dinamismo do amor que me leva a sair de mim mesmo não para me perder, mas para me reencontrar enquanto me dou, enquanto busco o bem do outro”.
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De modo especial, “o Batista é modelo para os que na Igreja são chamados a anunciar Cristo aos outros: podem fazê-lo somente no distanciamento de si mesmos e da mundanidade, não atraindo as pessoas a si, mas orientando-as a Jesus”.
“A alegria é isto”, insistiu o Papa, “orientar a Jesus. E a alegria deve ser a característica da nossa fé. Também nos momentos mais ruins, saber que o Senhor está comigo, que o Senhor está conosco, que o Senhor ressuscitou”.
“O Senhor é o centro da nossa vida. É o centro da nossa alegria. Pense bem hoje: como me comporto? Sou uma pessoa feliz que sabe transmitir a alegria de ser cristão? Ou sou sempre como aqueles tristes que parecem estar no velório? Se não tenho a alegria da minha fé, não poderei dar testemunho e os outros dirão: 'Mas se a fé é assim triste, melhor não tê-la'.”, concluiu o Papa Francisco.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.
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