ALABAMA, 21 de dez de 2020 às 15:57
A ginecologista Alicia Thompson viveu muitos anos longe da fé, mas uma crise a afastou de seu trabalho no mundo do aborto, levou-a a conhecer Deus e a ter uma experiência de conversão. Ela agora é uma forte defensora da dignidade da vida humana.
Em uma entrevista a The Journey Home, Thompson assinalou que cresceu em um lar agnóstico, onde seus pais, apesar de viverem a fé católica desde crianças, quando saíam de casa nunca a incluíram em suas vidas.
A ginecologista indicou que, embora quando era criança costumava se fazer perguntas básicas sobre o “significado da vida e da morte”, ao chegar à vida adulta deixou de se preocupar com esses temas.
“Terminei a faculdade de medicina e me mudei para Ohio, onde tive uma grande crise, uma crise espiritual, uma crise pessoal e também coincidiu com uma crise moral que estava passando em meu trabalho em torno do aborto”, acrescentou.
É nesse momento que Thompson volta a ter dúvidas sobre o sentido da vida e a dignidade dos seres humanos.
“Comecei a realizar essas perguntas que eu considerava quando era criança, como, qual é o sentido da vida? Qual é o meu papel como médica e como ser humano para defender essa dignidade que todos nós temos?”, indicou
Thompson destacou que começou uma luta consigo mesma sobre o aborto e “por que não deveria praticá-lo na minha carreira”, pois sua consciência dizia que ela não poderia continuar fazendo parte daquele mundo.
“Em um lugar profundo dentro de mim sabia que mesmo que ninguém soubesse, simplesmente não poderia me obrigar a participar em abortos”, acrescentou.
Graças a essas dúvidas, a ginecologista voltou a se aproximar da Igreja depois de muitos anos vivendo longe da fé, na tentativa de encontrar respostas em relação ao valor da vida.
“Descobri que a igreja que eu frequentava era na verdade batista e não tinha ideia”, assinalou. "Comecei a me perguntar o que isso significa, o que significa Batista, o que significa metodista ou evangélico ou luterano ou qualquer uma das inúmeras outras denominações", acrescentou.
Thompson começou a perguntar às pessoas ao seu redor que iam à igreja "ou pelo menos diziam que eram cristãs" sobre suas dúvidas sobre a vida e ser cristão, mas não obteve respostas.
No entanto, suas dúvidas foram sanadas quando, algumas semanas depois de realizar uma operação, uma doutora que sabia sobre as suas dúvidas, deu-lhe de presente o Catecismo da Igreja Católica.
“Realmente não preciso mais dele, mas talvez possa lhe ajudar porque isso é basicamente o que os católicos acreditam”, indicou a doutora ao presenteá-la com o Catecismo.
Thompson ressaltou que ao receber o catecismo, procurou a palavra consciência, e o que descobriu “ressoou em mim de uma forma que eu não poderia descrever, mas eu soube naquele momento. É isso, este livro católico é para mim”.
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O catecismo me ensinou que a consciência é “um lugar onde o homem está sozinho com Deus em seus pensamentos mais íntimos e Deus está inscrito em nossos corações”, acrescentou.
Pouco a pouco, ela se aproximou da Igreja, onde conheceu seu futuro marido George e viveu o Catecumenato de Adultos, até que no dia 11 de abril de 2009 decidiu seguir integralmente a fé católica.
Hoje, Thompson é uma defensora pró-vida ativa e médica comprometida com a dignidade humana.
Em 2017, compareceu ao Senado de Ohio (Estados Unidos) para explicar por que o aborto por desmembramento deveria ser proibido.
Durante seu discurso, Thompson explicou que quando entrou em sua residência como ginecologista, era uma defensora do direito da mulher de acabar com a vida de um feto, “tanto que eu estava aberta à ideia de me especializar em abortos e oferecê-los no meu futuro trabalho”.
“Tudo isso mudou quando no meu trabalho diário enfrentei a realidade do desenvolvimento humano”, disse. Depois de "ver o movimento espontâneo da vida fetal às 8 semanas, comecei a reconhecer a inegável humanidade da vida no útero", acrescentou.
Thompson assinalou que participar da sala de cirurgia durante um aborto foi desgarrador, "eu me senti como se tivesse profanado um cadáver".
"Eu não conseguia entender como um provedor (de abortos) podia fazer isso intencionalmente em um ser humano vivo", indicou.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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