PEQUIM, 12 de jan de 2021 às 12:30
À medida que o surto de COVID-19 piora na província chinesa de Hebei, os rumores nas redes sociais do país asiático culpam os católicos pelo aumento de casos por supostamente "participar de atividades".
Em resposta, a Associação Patriótica Católica de Shijiazhuang e a Diocese Católica oficial de Shijiazhuang emitiram um comunicado.
“A disseminação desses rumores violou gravemente os direitos e interesses legítimos dos sacerdotes e membros católicos, prejudicando a harmonia e a estabilidade da sociedade. Até hoje, entre os casos confirmados em Shijiazhuang, apenas um deles é de um fiel católico”, assinalou a Diocese de Shijiazhuang, em 7 de janeiro, em seu comunicado oficial.
Funcionários do Escritório de Assuntos Étnicos e Religiosos de Pequim afirmaram que 155 lugares usados para fins religiosos em Pequim serão temporariamente fechados ao público e as atividades religiosas coletivas serão suspensas.
NBC News informou que, para evitar a propagação do novo surto, as autoridades do Partido Comunista Chinês (PCC) prenderam 11 milhões de pessoas na província de Hebei na quarta-feira, 6 de janeiro, apesar de apenas 39 casos terem sido detectados.
Além disso, começaram uma campanha de testagem massiva e impuseram restrições de viagens no resto da região ao redor da capital, Pequim.
Em 8 de janeiro, o jornal do Comitê Central do Partido Comunista Chinês, "People's Daily", informou que a fonte dos casos confirmados surgiu da participação frequente em banquetes de casamento, comemorações de centenário e "participação em atividades".
A ONG que ajuda os cristãos perseguidos, “China Aid”, informou que as redes sociais chinesas WeChat e Weibo começaram a divulgar declarações falsas contra os católicos.
Uma conta pública do WeChat identificada como “Qi Feng Lu Gu” publicou o boato de que em “Gaocheng (Shijiazhuang), onde ocorreu a epidemia, [o vírus] se espalhou por 15 igrejas”, o que vinculou falsamente a propagação da epidemia à Igreja Católica de Gaocheng.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Segundo "China Aid", "enquanto Pequim luta contra a nova epidemia de COVID-19, pode simultaneamente usar o surto como desculpa para fortalecer seu controle sobre locais usados para fins religiosos".
"Pequim também fará várias investigações sobre atividades religiosas não registradas nas áreas rurais da cidade, afirmando que manterá sob controle as 'violações de leis e regulamentos'", indicou a ONG.
Enquanto isso, o PCC restringiu indefinidamente as atividades religiosas em Hebei e Pequim.
“Enquanto tenta esclarecer os boatos que culpam os membros da Igreja Católica local pela ‘participação nas atividades’, a Igreja Católica informou à polícia sobre sua resposta aos rumores da epidemia. Também se reservam o direito de tomar medidas legais contra geradores de boatos que falam mentiras”, concluiu China Aid.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
China: Religiosas são forçadas a abandonar convento frente ao assédio da polícia https://t.co/xzTAkYLwIO
— ACI Digital (@acidigital) November 6, 2020