NOVA IORQUE, 14 de jan de 2021 às 09:31
O Arcebispo de Nova York, Cardeal Timothy Dolan, explicou em uma coluna publicada em 13 de janeiro porque os católicos não se envergonham de estar "preocupados demais" com o aborto, especialmente no contexto do próximo governo de Joe Biden.
Relembrando uma conversa com um político que lhe perguntou “por que os católicos são tão obcecados com o aborto?”, o Arcebispo de Nova York explicou que “na realidade, somos obcecados pela dignidade da pessoa humana e pela santidade de toda vida humana. Sim, a vida inocente e indefesa do bebê no ventre, mas também a vida do prisioneiro condenado à morte, do imigrante, dos idosos frágeis, dos pobres e dos doentes”.
“Na verdade”, diz o Cardeal Dolan na coluna publicada na Catholic New York, “este não é um tema exclusivamente 'católico', mas de direitos humanos. Não aprendemos que o aborto é horrível nas aulas de religião, mas em Biologia e em nossos cursos sobre a tradição dos 'direitos inalienáveis' na história dos Estados Unidos".
“Como podemos manter uma cultura que rejeita a violência, a exclusão, o suicídio, o racismo, a injustiça e a insensibilidade para com os necessitados, se aplaudimos, permitimos, pagamos e promovemos a destruição dos mais desamparados, o bebê no útero?", perguntou.
O Cardeal Dolan lembrou que "os partidários do aborto nos garantiram há quarenta e oito anos", com a sentença Roe vs. Wade, que o aborto permaneceria seguro, legal e pouco comum. "Até aqui as garantias! Só nos acostumamos. O aborto continua sendo o assunto mais controverso em nossa política, e as pesquisas mostram que a maioria dos norte-americanos quer restrições ao seu uso inquestionável e não quer que seus impostos paguem por isso", assinalou.
“Estamos ainda mais 'obcecados' agora, pois nosso novo presidente, a quem desejamos tudo de bom e que fala com admirável sensibilidade sobre a proteção dos direitos dos mais fracos e ameaçados, concorreu em uma plataforma que apoiava avidamente essa espantosa pena capital para os bebês inocentes não nascidos”, acrescentou.
"Ainda estamos todos encolhidos com a violência assustadora da semana passada em Washington. Essa agitação se tornou ainda mais repugnante, pois foi aparentemente encorajada por aquele que jurou defender a Constituição e o Estado de Direito, e porque destruiu o próprio prédio projetado para ser um santuário de segurança, razão, cortesia e decoro”, acrescentou o Cardeal.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Finalmente, agradeceu ao presidente eleito Joe Biden por "nos lembrar que o alvoroço que vimos não representa os Estados Unidos" e concluiu perguntando se podemos esperar "que a violência diminua" e que "o caráter sagrado de toda vida e a dignidade da pessoa humana será revivida, e que o santuário do útero estará fora dos limites de uma invasão violenta".
Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
Confira também:
Promotores do aborto buscam grandes mudanças em 2021 com administração Biden https://t.co/m84729SBSe
— ACI Digital (@acidigital) January 7, 2021