O Arcebispo de São Paulo (SP), Cardeal Odilo Pedro Scherer, incentivou a seguir o exemplo do Apóstolo dos Gentios e, colocando-se à disposição de Deus, sempre perguntar: “O que devo fazer, Senhor?”.

O Purpurado deu esta indicação nesta segunda-feira, 25 de janeiro, ao celebrar a Missa pela festa da Conversão de São Paulo e também pelo aniversário da capital paulista, na Catedral da Sé.

Após recordar o episódio da conversão de Saulo, que após o encontro com Jesus a caminho de Damas, passou a se chamar Paulo, Dom Odilo assinalou que, “de perseguidor dos cristãos, ele se torna o maior missionário do Evangelho, aquele que leva o Evangelho de Jesus ao maior número de povos”.

“Aqui, vemos como a graça de Deus pode mudar uma vida quando a pessoa se abre e pergunta: ‘o que devo fazer, Senhor?’ e sinceramente se coloca à disposição de ouvir Deus, de se perguntar: será que estou no caminho certo, será que estou fazendo a coisa certa, o que devo fazer?”, disse o Arcebispo.

Segundo o Purpurado, “nós também somos chamados a fazer” essa pergunta “muitas vezes na vida, diante das grandes decisões ou das decisões de cada dia: o que devo fazer, Senhor?”. Trata-se de um questionamento a ser feito “na nossa vida pessoal, na nossa Igreja, nas nossas comunidades”, também “na nossa vida profissional e social, onde temos a nossa parte a dar para a edificação da cidade”.

Em seguida, Dom Odilo assinalou o aniversário da cidade de São Paulo, que completa 467 anos de fundação.

“Olhamos para o Apóstolo São Paulo para invocar sua proteção e ajuda sobre esta cidade que traz o seu nome e lhe é devotada, sobretudo invocamos sua ajuda e proteção sobre os doentes, os pobres, as pessoas que sofrem. Olhamos para o Apóstolo e dele aprendemos a nos perguntar diante de todas essas situações: o que devo fazer, Senhor, o que queres que eu faça?”.

Para o Purpurado esta pergunta e disposição diante de Deus deve ser adotada ao olhar “para a cidade de São Paulo e seus inúmeros desafios, sua pandemia, o desemprego, a pobreza”.

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Dom Odilo assinalou ainda que a cidade de São Paulo foi fundada com base em um “projeto dos missionários jesuítas”, “tendo à frente o Padre Nóbrega e muitos missionários, fazendo parte também São José de Anchieta”, os quais buscaram levar o Evangelho aos povos que ali habitavam.

Tal projeto, conforme especificou, expressava-se na “vida segundo os valores do Evangelho, do respeito recíproco, da fraternidade, da justiça, da paz, onde se espelhasse a preocupação recíproca com a saúde, a educação, com o zelo das coisas em comum. Esse é o projeto inicial da cidade de São Paulo que hoje nós recordamos no aniversário dessa cidade”.

Assim, declarou, “467 anos depois, somos postos diante da mesma pergunta: hoje nesta metrópole tão plural, com tantas manifestações diversas, interesses diversos, o que devemos fazer, o que somos chamados a fazer para que esse projeto inicial que era bom e que continua válido também hoje continue a marcar a vida desta metrópole?”.

“Por isso, hoje, olhando para São Paulo Apóstolo, todos nós agradecemos a Deus por este projeto inicial inspirador e que permanece como horizonte ideal daquilo que nossa cidade é chamada a ser hoje e no futuro, apesar de sua imensidade, diversidade, volume de seus problemas, mas também volume de suas capacidades, potencialidades”, afirmou.

Por fim, pediu a Deus que “nos ajude a não esquecer aquilo que os fundadores dessa cidade tinham em mente, edificar aqui uma comunidade humana de boa convivência, de cuidado recíproco, onde a Palavra de Deus era horizonte, a luz que a todos orientava”.

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