Vaticano, 29 de jan de 2021 às 13:25
O Papa Francisco recordou que no dia 19 de março começará o Ano dedicado à família.
"Como sabem, no próximo dia 19 de março começa o ‘Ano da Família Amoris laetitia’. Também vocês, com o seu trabalho, dão uma valiosa contribuição para este caminho eclesial com as famílias para a família”, disse o Santo Padre, em 29 de janeiro, durante a audiência ao Tribunal da Rota Romana.
Durante o seu discurso, pronunciado na Sala Clementina do Vaticano, por ocasião da inauguração do Ano Judiciário, o Papa recordou a Assembleia Geral Extraordinária do Sínodo dos Bispos de 2014 e a Assembleia Geral Ordinária de 2015, onde “os Padres Sinodais, refletindo sobre o tema da família, levantaram perguntas, compreendendo também que é difícil, às vezes impossível, oferecer respostas”.
No entanto, o Pontífice acrescentou que “as preocupações dos Padres sinodais e a preocupação materna da Igreja perante tanto sofrimento encontraram um instrumento pastoral útil na exortação apostólica Amoris laetitia”, acrescentando que “neste documento há indicações claras para que ninguém, especialmente os pequenos e os que sofrem, seja deixado sozinho ou tratado como um meio de pressão entre pais divididos”.
Nesse sentido, o Santo Padre exortou: “Não devemos nos cansar de dedicar toda a nossa atenção e cuidados à família e ao matrimônio cristão”.
“É necessário, portanto, que as declarações de princípios sejam acompanhadas de proposições de fato adequadas, lembrando sempre que a família é a base da sociedade e a estrutura mais adequada para garantir às pessoas o bem integral necessário ao seu desenvolvimento permanente”, indicou o Papa.
Por isso, o Papa Francisco pediu “para identificar o caminho que conduz a opções coerentes com os princípios afirmados”, e reconheceu que “todos somos conscientes de como é árduo passar dos princípios aos fatos”, porque “quando falamos de bem integral das pessoas, é preciso perguntar como isso pode ser feito nas múltiplas situações em que os filhos se encontram”.
“A Igreja é mãe, e vocês, que têm um ministério eclesial numa área tão vital como a atividade judiciária, são chamados a se abrir aos horizontes desta difícil pastoral, mas não impossível, que diz respeito à preocupação com os filhos, como vítimas inocentes de tantas situações de ruptura, divórcio ou de novas uniões civis”, disse o Papa.
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Neste sentido, o Santo Padre disse aos funcionários do Tribunal da Rota Romana que “se trata de exercer a sua missão de juízes como um serviço carregado de sentido pastoral, que nunca pode faltar na delicada decisão sobre a nulidade ou não de uma união conjugal".
Por fim, o Papa destacou que “muitas vezes a declaração de nulidade matrimonial é pensada como um ato frio de uma mera decisão jurídica”. “Mas não deve ser assim”, porque “as frases do juiz eclesiástico não podem prescindir da memória, feita de luzes e sombras, que marcaram uma vida, não só dos dois cônjuges, mas também dos filhos”.
“Os cônjuges e os filhos constituem uma comunidade de pessoas que sempre e certamente se identifica com o bem da família, mesmo quando esta desmoronou”, concluiu.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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