VATICANO, 1 de fev de 2021 às 09:25
Em um discurso pronunciado neste sábado, 30 de janeiro, o Papa Francisco afirmou que quem não segue os ensinamentos do Concílio Vaticano II não está com a Igreja.
Assim indicou o Santo Padre durante a audiência que concedeu aos participantes em um encontro promovido pelo Escritório Catequético Nacional italiano
“A catequese inspirada pelo Concílio está continuamente à escuta do coração do homem, sempre com o ouvido atento, procurando sempre renovar-se. Este é o magistério: o Concílio é magistério da Igreja. Ou você está com a Igreja e, portanto, segue o Concílio, e se não segue o Concílio ou o interpreta à sua maneira, à sua própria vontade, você não está com a Igreja”, disse o Papa em seu discurso.
“Temos que ser exigentes e rigorosos neste ponto. O Concílio não deve ser negociado para ter mais destes... Não, o Concílio é assim. E este problema que estamos enfrentando, da seletividade do Concílio, se repetiu ao longo da história com outros Concílios.”, continuou o Papa Francisco.
“Para mim, isso me faz pensar tanto num grupo de bispos que depois do Vaticano I foram embora, um grupo de leigos, grupos ali, para continuar a ‘verdadeira doutrina’ que não era a do Vaticano I. ‘Nós somos os verdadeiros católicos’... Hoje eles ordenam mulheres”.
O Papa Francisco também disse que “a atitude mais severa para custodiar a fé sem o magistério da Igreja, nos leva à ruína. Por favor, nenhuma concessão para aqueles que tentam apresentar uma catequese que não esteja de acordo com o Magistério da Igreja”.
O que é o Concílio Vaticano II?
O Concílio Vaticano II é o acontecimento eclesial mundial mais importante do século XX. Foi também um evento ecumênico com o objetivo de buscar o "aggiornamento" ou a atualização da Igreja no mundo atual.
O Concílio foi inaugurado em 11 de outubro de 1962 pelo Papa São João XXIII, conhecido como o ‘Papa Bom’, e foi dividido em quatro etapas. Participaram cerca de 2 mil padres conciliares de todo o mundo.
Desde a abertura do Concílio Vaticano II, São João XXIII destacou a natureza pastoral de seus objetivos: não se tratava de definir novas verdades nem condenar erros, mas era necessário renovar a Igreja para torná-la capaz de transmitir o Evangelho em novos tempos.
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Buscou-se também os caminhos de unidade com as outras confissões cristãs, o bom dos novos tempos e estabelecer um diálogo com o mundo moderno, centrando-se primeiro “no que nos une e não no que nos separa”.
Ao Concílio foram convidados como observadores membros de diferentes credos, de muçulmanos a indígenas americanos, assim como membros de todas as igrejas cristãs: ortodoxos, anglicanos, Quakers, e protestantes em geral, incluindo, evangélicos, metodistas e calvinistas não presentes em Roma desde os cismas.
Com a morte de São João XXIII, o Papa São Paulo VI assumiu a liderança do Concílio, que se encerrou em 8 de dezembro de 1965.
O Concílio produziu 16 documentos, quatro constituições, nove decretos e três declarações conciliares, todos de grande atualidade até hoje.
Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.
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