O Arcebispo Emérito de Caracas, Cardeal Jorge Urosa Savino, afirmou que São José, santo custódio da Família de Nazaré, é um “modelo maravilhoso” de “fé, confiança em Deus” e fortaleza diante das adversidades como o coronavírus ou aquelas que o povo da Venezuela vem sofrendo há anos.

“Diante das adversidades causadas em todo o mundo por esta praga da Covid-19, e em meio à gravíssima situação política, econômica e social da Venezuela, São José é um exemplo de fé e confiança em Deus; de coragem e fortaleza diante das adversidades”, disse o Cardeal em declarações à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, no sábado, 30 de janeiro, por ocasião do Ano de São José que o Papa Francisco instituiu de 8 de dezembro de 2020 a 8 de dezembro de 2021.

Refletindo sobre a figura de São José, o Cardeal Urosa disse que é também “um exemplo de religiosidade, pois teve um coração cheio de fé e de bondade, centrado em Jesus; foi fiel à sua esposa virginal e pai responsável. Enfim, um modelo maravilhoso especialmente para os trabalhadores e os pais. Ele não foi infiel, nem bêbado, nem festeiro ou jogador. E teve grande fortaleza como a que todos precisamos hoje”.

Depois de agradecer ao Papa Francisco por ter convocado o Ano de São José, o Arcebispo explicou que este tempo é importante porque “Deus quis que ele tivesse muito a ver com o nascimento e a vida oculta de Jesus, nosso divino Salvador. O próprio Deus preparou e escolheu São José para ser um homem ‘justo’, ou seja, reto, virtuoso, santo, bondoso e religioso”.

“Ele o chamou a acompanhar a sua mãe amorosa, a Santíssima Virgem Maria, e a acolher paternalmente o seu Divino Filho Encarnado. O Pai celestial assim converteu São José legal e socialmente, por afeto e missão, em pai adotivo de Jesus E, fiel à sua missão, José ofereceu apoio, proteção e defesa ao seu Filho desde antes de seu nascimento.

A missão de São José

O Cardeal Urosa disse à ACI Prensa que embora tenha enfrentado condições precárias com a Virgem Maria e o Menino Jesus, São José os abrigou e providenciou um teto em Belém, protegeu Jesus “de Herodes, salvou-o da matança obedecendo a vontade de Deus e levando-o para o Egito. E, depois, o levou para Nazaré, onde o educou nas virtudes e no amor a Deus e no conhecimento das sagradas escrituras das quais Jesus Cristo se vangloriava. Homem religioso, piedoso e valente!”.

“José de Nazaré é importantíssimo para a Igreja, pois a sua existência esteve centrada em Jesus, em comunhão com Deus e em estreita união com a mãe do Salvador. Por isso, é necessário que, neste tempo de pandemia e de tantas dificuldades, de materialismo e laicismo, conheçamos, amemos e imitemos o grande São José”, sublinhou o Cardeal.

O Arcebispo Emérito de Caracas indicou que “São José foi um trabalhador humilde, sujeito às mudanças das circunstâncias dos trabalhadores; viveu dia a dia, dependendo do trabalho das suas mãos”, e também foi “um bom pai de família, forte nas adversidades e criativo, confiando em Deus e com grande fé n’Ele para superar os problemas”.

“Sem dúvida, nestes tempos do século XXI, de praga mortal e com tantos problemas econômicos, políticos e sociais, São José nos ensina a grandeza de Deus, a importância da fé, a segurança que a obediência à vontade divina nos dá, a confiança em seus projetos, a força necessária para superar as adversidades”.

Devoção a São José e a sua mensagem

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O Cardeal explicou à ACI Prensa que o ensinamento de São José pode resumir-se assim: " ter o coração centrado em Deus e segui-lo. Isso foi o que fez São José".

“Nesta época tão materialista e infectada pela corrente do laicismo ateísta e antirreligioso que quer tirar Deus da vida social, da família, da comunidade e da história, São José nos ensina que Deus vem em primeiro lugar, e que devemos reger nossa vida social, familiar e econômica por sua santa vontade”.

Sobre a devoção ao santo custódio, o Cardeal Urosa disse que “o afeto e o culto a São José foram através dos séculos e são até hoje uma honra e patrimônio da Igreja Católica”.

“Podemos e devemos encorajar a sua devoção, proclamando as suas grandes virtudes, como o faz o Papa na sua Carta Apostólica: amado pelo povo de Deus; pai terno, obediente à vontade de Deus; acolhedor e protetor; corajoso, forte e criativo diante das dificuldades; trabalhador e humilde, 'na sombra'".

O Arcebispo reiterou a importância de estar centrados em Deus, cumprindo sempre a sua vontade, “como o fez o grande Patriarca José”.

“Diante de tantos problemas e de um horizonte incerto, ele nos ensina que Deus é nosso refúgio, nosso Bom Pastor amoroso; e que, embora passemos por vales escuros, podemos ir sem medo, porque Ele está conosco (cf. Sl 23,1-4)”, concluiu.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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